quinta-feira, 8 de maio de 2008

Cemitério

Não sei porquê eu pensava que, dada a conhecida sobrelotação dos cemitérios, se a parentela não reclamasse a posse do corpo do finado este era exumado e os seus restos mortais eram metidos numa vala comum. Não me perguntem como ou porquê eu pensava isto, mas de facto era essa a minha idéia.

Há pouco tempo, alguém que sabia informou-me melhor: se o corpo não for reclamado ao fim de n anos (não sei quantos mas são bastantes), tornam a abrir a campa e põem-lhe o próximo defunto por cima.

Ora vejam bem: o morto passa de inquilino a proprietário, embora de uma campa, em propriedade vertical e sem se importar grande coisa com o assunto.

Hélas!

4 comentários:

Marques Correia disse...

Hummmmmm, tenho que fazer uma pergunta à Divisão de Gestão Cemeterial (existe, mesmo, não é gozo), porque me parece muito esquisito. Ainda por cima, desconfio que sei qual é a fonte...
De qualquer modo, essa prática poderia ter algo de poético, quase romântico, no caso de dois amantes se finarem com tempo suficiente de intervalo, dando corpo e matéria ao fado das duas roseiras que canta "aquele triste coval (que) fora leito nupcial de dois jovens namorados, que no amor contrariados ali se foram finar e continuaram a amar lá no Além, todavia. E, por isso, ali havia duas roseiras a par".

mac disse...

Marques Correia:Divisão de Gestão Cemeterial não é gozo?

Isso ainda é mais esquisito que a propriedade vertical dos defuntos...

Hélas!

Marques Correia disse...

Não só não é gozo, como no Plano de Formação da CMLisboa existem (enfim, existiam há uns anos, quando por lá passei) cursos para o pessoal daquela área, nomeadamente o curso de Gestão Cemiterial.
Depreendo que seja destinado a garantir pontuação para efeitos de avaliação e progressão na carreira aos estagiários, aos técnicos e ao pessoal dirigente da Divisão de Gestão Cemiterial.
Creio que os coveiros são Técnicos de Inumação, que vai desde estagiário a técnico de 1ª e por aí fora...

mac disse...

Marques Correia: Não há dúvida que a realidade mete a FC num chinelo!

Hélas!