sexta-feira, 9 de maio de 2008

Simbiotas

Aqui há uns anos, quando eu era uma jove inconciente perorava do alto do meu caixote da altura que homens e mulheres eram iguais. Afirmava convicta - convicção nunca me faltou, graças a S. Teotónio - e irredutível - casmurrice também nunca me faltou, graças ao mesmo santo - que as diferenças eram sociais, que as pessoas eram formatadas à nascença pelas roupas azuis para os meninos, rosa para as meninas e amarelas ou brancas para os de sexo desconhecido. Que os seus papéis e potenciais cresciam com as barbies e com os tanques de combate e que eram consolidadas com as histórias da Maria fraca, chorosa e inocente e do Manel forte, calado e calculista.

Acreditava nisso na altura, que querem? E sempre foi do meu feitio lutar aberta e apaixonadamente por aquilo em que acredito (fui educada assim, a culpa deste feitio impossível é dos meus pais, coitadinha de mim que nem tenho culpa nenhuma nem nada...).

Hoje não acredito nisso ou pelo menos não desta maneira. Continuo a pensar que muitas das nossas idiossincrasias sexuais provêm da educação que os pais - ou progenitores, ou educadores, ou sociedade ou o que quiserem: a malta que nos educa no dia-a-dia - nos imprimem; mas há outros factores, genéticos e mais determinantes.

A verdade, nua e crua, é que homens e mulheres são simbiotas. Aparentam ser da mesma raça - 2 braços, 2 pernas, 2 olhos, 1 nariz, 1 boca (na maioria dos casos) - mas isso é só para enganar os predadores à espreita; na realidade são duas raças completamente distintas e que necessitam uma da outra para viver.

De vez, em quando, graças à Sta. Probabilidade desta vez, há umas simbioses perfeitas, casamentos feitos no céu; mas são sempre simbioses, um ajuntamento de raças diferentes que beneficia os indivíduos em particular e as respectivas raças em geral de uma forma altamente recompensadora para as 4 entidades em causa; mas são sempre simbioses, nunca acasalamentos.

Hélas!

Sem comentários: