terça-feira, 6 de maio de 2008

O porteiro

É muito mais fácil fechar a porta que filtrar conscientemente as entradas (ou saídas).

Eu não concordo com esta opção; não concordo em retirar a Internet a todos porque é difícil controlar aqueles que passam a brincar com o PC, em vez de trabalhar - aliás, de modo geral, não concordo com proibições e acho que era muito melhor só proibir a quem infringe depois de permitido, mas sei que isso dá cá uma trabalheira... De qualquer maneira, não acho que uma coisa má se torna boa porque o que de facto é bom dá demasiado trabalho (mmmhhh... Demasiado? É um juízo de valor, ah! Pois é...).

Mas concedo que é difícil, isso concedo. A gente entreabre o portão e aparecem-nos manadas furiosas, alcateias ansiosas, bandos impacientes. Querem entrar ou sair; é muito difícil pedir a essa malta toda o BI, uma declaração de intenções e depois, ainda por cima, ter de verificar se as acções estão conforme... Se aparece um elemento racional e preparado, temos tendência a abrir a garrafa de champagne. E depois fugimos para debaixo do abrigo, porque atrás dele está um conjunto ululante de entidades que grita: "Eu também, eu também!" e irrompe sem cerimónia pelo portão que entreabrimos ao racional.

Pois, percebo lindamente quem, em vez de abrir o portão, põe lá mais uma tranca.

Não concordo com isso, não gosto, tento não o fazer. Mas lá que os percebo, ah! Percebo lindamente.

Hélas!

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