segunda-feira, 19 de maio de 2008

O espaço não é elástico. Nem nós.

Alguém se afasta devagar, devagarinho, nem damos por nada... Ou quiçá somos nós que nos afastamos devagar, devagarinho, sem darmos por nada. Ou ambos, sabe-se lá quem se afasta devagar, de mansinho, neste mundo relativo...

Mas a distância cresce, alarga-se.

Cria espaço para outras coisas, outros alguéns, outros interesses, cuja existência só por si ajuda a alargar ainda mais a distância.

Isto não é forçosamente mau. Nem bom. Só que eu não gosto de coisas que crescem sub-repticiamente, incomoda-me a inconsciência da realidade que nos envolve, mesmo quando não podemos fazer nada - ou se calhar porque acho que podemos sempre fazer qualquer coisa, ainda que esta não seja decisiva e a batalha até nos corra mal...

Até é estúpido, este desgostar tão imparcial; porque diabo me preocupo eu com o curso da vida, porque diabo me preocupo com os espaços crescentes de quem não gosta de nadar contra a corrente, porque diabo me sinto no dever de os informar que correntes há muitas, hoje contra, amanhã a favor, porque diabo considero um dever mostrar mapas que nos indicam a deriva, quantificam a distância e medem a variação?... Se nem é nada comigo e nem ninguém me pediu opinião?...

Arre! Que mania!

Hélas!

2 comentários:

Fátima Santos disse...

às vezes até penso que és boa pessoa... :)
às vezes...

mac disse...

mcorreia: Eu sou boa pessoa. Disfarço é muito bem.

Hélas!