quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008


Neste ano da graça de 2008 desejo a todos que não vos falte a pachorra para aturar os 365 dias que vão começar a chegar amanhã e que não vos falte a energia para dizer adeus aos que acabam de se ir embora hoje.

Nesses dias futuros, por favor façam asneiras e coisas acertadas. Leiam, falem, escrevam, dancem, chorem, riam e comam gelados.

Sejam felizes.

Tchim, tchim, à vossa!

Hélas!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Floresta de betão


Asseguraram-me que quando uma porta se fecha, abre-se uma janela. Sinceramente não sei se isto é uma boa notícia, porque eu moro no 10º andar.

Só coisas que me ralam.

Hélas!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ás vezes precisava da cauda


Andei aqui a pensar, a pensar, a pensar mas não consigo chegar a uma conclusão; e isso, como sabe quem me conhece, é pura tortura.

Haverá alguém que me possa dar uma explicação satisfatória para o facto de só termos duas mãos e mesmo assim, termos dispensado a cauda preênsil?

Hélas!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Criação


Estive a ver um documentário sobre a criação de cães de raça. É impressionante: o Homem põe o seu engenho e perseverança a trabalhar e consegue imitar a Natureza, reforçando umas características e fazendo quase desaparecer outras. Espantoso.

Depois emerge uma outra característica humana - está completamente a borrifar-se para o facto dessas manipulações prometerem uma vida curta e de sofrimento ao bicho: o que interessa é que seja bonito (?!?) e ganhe o concurso de beleza canina.

Embora diferente, é a mesma lógica da malta anoréctica.

Acho que o que realmente distingue a raça humana dos outros bichos é colocar uma suposta beleza à frente de tudo, saúde e razão incluídas. Raio de raça, a nossa.

Hélas!

sábado, 27 de dezembro de 2008

Estrelas


Há uma coisa que me preocupa verdadeiramente: porque diacho são só as estrelas cadentes que nos permitem formular desejos que serão transformados em realidade? Então não era muito mais razoável formular os desejos àquelas estrelas que, dia após dia, nos iluminam a noite com uma perseverança fantástica?! 

Com as cadentes é uma chatice. Nunca estão. Quando a malta olha já passaram ou ainda não. Além disso, onde é que as vamos encontrar quando quisermos reclamar que o desejo nunca se tornou realidade ou, pior ainda, que chegou mas é defeituoso?!?

Só coisas que me ralam.

Hélas!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Tudo é relativo, não é?


Resolvi, nesta quadra da celebração da fraternidade entre os homens, recortar uns pedaços de uma notícia do Correio da Manhã, encurtando a cópia sem alterar o sentido:

Agredida na Consoada

Eram 04h00 quando uma vizinha começou a ouvir os sucessivos pedidos de socorro da mulher, de 42 anos. Foi chamada ao local uma patrulha da GNR que, à chegada, ainda ouviu a vítima gritar e pedir ajuda.

Segundo a mesma fonte, os militares foram recebidos "com injúrias e agressões", o que levou de imediato à detenção do homem, de 28 anos.

O agressor foi detido por desobediência e agressões à autoridade, assim como pelos indícios do crime de violência doméstica. Foi constituído arguido e, horas depois, já estava novamente em casa sujeito a Termo de Identidade e Residência (TIR)


Afinal é Natal, vá-se lá embora para casa homem, e quando matar a sua mulher de vez pelo menos não chame nomes à autoridade.

Hélas!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Tempus fugit


Todos aqueles que têm o hábito de me visitar de quando em vez se aperceberam que não dou uma para a caixa há uma semana... E estou de férias (do outro trabalho, quero eu dizer, do trabalho na empresa que me retribui com o pão de cada dia mais as filhoses no Natal)!

Não me perguntem por favor onde foram gastas todas aquelas horas que costumo gastar no emprego – em férias normalmente gasto grande parte delas a dormir, uma bênção! Mas no Natal nem isso, ando daqui para ali, tipo barata tonta, à procura do que não há, a perder o tempo que há e a pouca pachorra de que sou dotada. Chegada a casa, nem ânimo sobrevive para responder ao que entretanto se passa nos meus outros lugares de estimação, só dá para vegetar no SPA Homer Simpson.

Lamento mas, a julgar pela minha experiência, a coisa provavelmente fica assim tem-te-não-caias e só se resolve em 2009, com o regresso à rotina de não ter tempo para nada… Aí sim, haverá condições para viver normalmente.

Aproveito a oportunidade para desejar a todos os meus visitantes uma noite alegre, pacífica e cheia daquelas porcarias que fazem imenso mal a tudo excepto ao espírito. Afinal, é melhor morrer pobre e doente que rico e com saúde

Hélas!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Aniversário


Hoje é dia de aniversário.

Desejo que tenhas a capacidade de viver alegremente e sem fazer mal a ninguém. Desejo que te sintas tão amado como realmente és. Desejo que tenhas sempre desejos para realizar.

Desejo que continues a saber levar a vida com bonomia e que retires dos dias que passam a vontade de viver os que ainda não passaram.

Um beijo para ti, meu caro. Cheio de amor e discreto.

Hélas!

O génio da lâmpada


Perguntaram-me uma vez que desejo pediria se só tivesse um desejo para pedir; mas não podia ser nada relacionado comigo (por exemplo, não podia pedir para ter a capacidade de satisfazer quantos desejos quisesse, nem a capacidade de satisfazer desejos de outrém).

Pensei que paz era o máximo mas pensando bem, será? Acho que prefiro uma guerra declarada, com os valores em litígio bem claros, que uma paz podre de desinformação, pressões, desaparecimentos, torturas e mortes incógnitas. Guerra e paz são palavras muito traiçoeiras.

Inexistência de fome/sede? Sim, isso era bem bom. Mas nem só de pão vive o Homem, isso é certinho como a noite.

Bom senso? De bom senso, como de boas intenções, está o Inferno cheio. A abarrotar.

Ausência de infelicidade para o Homem? Mas depois, como é que se dá valor à felicidade? Ficava tudo uma mornice sem graça?!? Felicidade e infelicidade também são palavras muito traiçoeiras, olá se são!

O que eu queria mesmo era que as pessoas fossem felizes e boas e inteligentes e sensatas e não dessem cabo da Terra nem dos vizinhos, não chateassem quem é diferente e não se chateassem por haver malta diferente mas igualmente feliz e boa e inteligente e sensata, que nunca se morresse nem triste nem sózinho, que nunca ninguém tivesse fome ou sede de comida ou de amor ou de amizade ou simplesmente de companhia, que toda a gente tivesse sonhos realizáveis, que não houvesse filhos sem pais nem pais sem filhos, enfim, o paraíso para mim e para os outros. Mas não consigo meter isto num desejo só...

O facto é que eu não soube responder. Ainda hoje não sei. Mas estou a trabalhar nisso, já lá vão uns anitos desde que me perguntaram mas ainda estou. Não vá dar-se o caso de achar uma lâmpada velha na praia.

Hélas!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Tanto, tanto...


Tanta filosofia, tanta tinta escrita, tanta palavra dita. Tanto choro e ranger de dentes, tantos indivíduos que cerraram os punhos e resistiram. Tanta pintura, tanta fome. Tantas canções. Tantos bebés mortos, tanta poesia, tantos jovens perdidos na imensidão da dúvida. Tantos quadros, belíssimos. Tanto desespero. Tanta música, sinfonias, solos e canções. Tanto sacrifício, tanta tortura. Tanto sofrimento. Tanta alegria, tanta doença, tantos romances, tanta tragédia. Tantos risos. Tanta morte. Tanta humanidade.

Tanto, tanto de tudo. Para quê?

Hélas!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Férias natalícias


Estou de férias, como de costume por esta altura: meia dúzia de dias úteis. Fui às compras que o Natal está à porta, a família é grande e ainda não comprei nada.

Cheguei cansada e triste: o Natal está à porta, não comprei nada, já gastei um dia útil e já "bati" os lugares fáceis.

Não me venham com a conversa fiada contra o consumismo da quadra, se não fazem compras de Natal é porque alguém as faz por vocês. E não se zanguem com o meu mau humor, que isto é só inveja, quem me dera que alguém o fizesse por mim.

Há dias assim.

Hélas!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Braille


A Biblioteca Pública de Ponta Delgada tem desde 2007 uma data de livros em braille mas nunca nenhum foi requisitado.

A chefe de divisão da biblioteca acredita que isto tem alguma coisa a ver com o facto existirem menos de vinte pessoas no arquipélago que sabem ler braille; mas eu cá acho que se trata de um maldoso boicote do continente.

Hélas!

domingo, 14 de dezembro de 2008

A língua


Como já expliquei uma vez, dia 11 é dia de rimas.

Eu gosto de rimas, quer rimem quer não. Conseguem muitas vezes exprimir o inexprimível ou seja, conseguem que se partilhe qualquer coisa que não é realmente partilhável... Nomeadamente sentimentos. Que são comuns (toda a gente os tem) mas não são comuns (não os experimentamos nas mesmas situações nem com os mesmos estímulos).

Complicado, não é? Pois é. Acho que foi por isso que se inventaram as rimas. Elas conseguem explicar isto e outras coisas igualmente complicadas, difusas, indefinidas, controversas, disjuntas.

As rimas são uma coisa fantástica, é a 3ª melhor invenção da humanidade.

Hélas!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Dúvidas existenciais


Estive para aqui a tarde toda a matutar no assunto, nem dormi bem nem nada!

Se os homens e as mulheres não são da mesma raça mas sim simbiotas, como está mais que provado que são, porque diacho as fêmeas são tão maldosas com os machos?

Só coisas que me ralam.

Hélas!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O piloto


Eles vieram.
Andaram escada acima, escada abaixo pelo prédio, até descobrir o que procuravam.

-Hmmm... Vai ser complicado, mas faz-se.

Depois andaram a cirandar pela casa, espreitaram buracos e calhas técnicas, puseram-se de gatas e subiram a escadotes:

-Hmmm... Vai ser complicado, mas faz-se.

Adoro esta maneira de ser, confesso.

Depois viraram-se para mim e disseram, meio envergonhados (já passava das 19:30, estamos no inverno...):

- Fazia-lhe muto transtorno se viéssemos outra vez, assim mais de manhã? É que vai ser complicado. É claro que nós temos lanternas...

Ora batatas. Não me dá jeito nenhum, mas que se há-de fazer?!? Os homens precisam de luz.
Agendou-se nova visita, ser cobaia é uma seca.

Hélas!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

As palavras que nos tiram a razão


(Obrigada, Blimunda, por esta frase)

As palavras que nos tiram a razão,
doem como um corte de papel,
são leves mas duras como pedras,
são combate, discórdia e raiva.

As palavras que nos tiram a razão,
são noites de insónia, são desespero,
são terramotos e tsunamis,
são desassossego e medo.

As palavras que nos tiram a razão,
são prova do nosso engano,
são medida do nosso orgulho,
são água de quem não tem sede.

São impossíveis de entender,
As palavras que nos tiram a razão.

Hélas!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Saramago


(...) já vendeu, nos Estados Unidos, 1 milhão de livros (...), diz a TV em tom embevecido.

Estamos a falar numa população de cerca de 300 milhões de alminhas, lá pelos EUA (provavelmente, grande parte dos livros foi vendida depois do filme - feito por um primo brasuca, pois claro!, que exarcebou os fígados áquela malta tão sensível e socialmente activa).

É esta a medida da nossa grandeza literária. E notem por favor que não estou a comentar o livro mas sim a pequenez das nossas aspirações.

Hélas!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Faltas


António José Seguro: "percepção de que os deputados são absentistas adensou-se".

Pudera. Se eu fosse aluna, convocava uma grandiosa manifestação para exigir direitos iguais.

Hélas

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Employer branding


Chegou o employer branding.

Entre muitas outras coisas, dizem eles, "O objectivo é criar uma imagem de «great place to work» perante a comunidade." (o sublinhado é meu).

Acho isto um espanto, vocês não acham isto um espanto?

Hélas!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sinais

Há sinais de não-trânsito que são absolutamente surrealistas, olhem bem para este:
Agora imaginem sinais apropriados para todas aquelas acções que vocês gostariam de proibir em praça pública...

Bom, ainda bem que eu não trabalho lá. Ainda era processada, ou davam-me uma tareia, ou sei lá, coisa ainda pior!!

Hélas!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Conhecimentos


Nós somos quem nos conhece melhor.

Ou será que somos quem se desconhece melhor? (Assim que coloquei o ponto parágrafo, ouvi uma gargalhada escarninha vinda do andar de cima - raios partam o vizinho.)

Só coisas que me ralam.

Hélas!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Metafísica


Irrita-me profundamente que confundam brio profissional com falta de vida própria.

Quando se assume uma responsabilidade profissional, é de esperar que esse compromisso seja honrado... Ou não? Só deve ser honrado quando não interferir com a vida particular?

Quando entram em colisão de interesses, a coisa deve ser analisada ou sujeita a uma regra cega do tipo "A tem sempre preferência sobre B"?

Certo, certo, é que qualquer que seja a resposta, haverá descontentes - pessoais ou profissionais. Sim, valha-nos isso para sossegar o espírito, há coisas que são certinhas como a noite.

Hélas!

Espanhóis II


Voltaram a não aparecer e sempre sem dar cavaco.

Tudo agendado com dias de antecedência, 4 entidades distintas à espera e... Népias. Nada. Niente. Silêncio sepulcral. O responsável, muito responsavelmente, informou que não percebia bem onde é que eles estariam, pois tinha dado instruções para eles irem; mas vai tentar saber o que se passa e já nos diz qualquer coisita.

Até às 6:00 (lá são 7:00), hora a partir da qual o telemóvel já está em cima da secretária, porque é de serviço e eles já largaram o serviço. Sem telefonar.

Acho que vou exportar uns gajos daqui, que percebam o que querem dizer as palavras "calendário", "planeado", "relógio" e "telemóvel".

Hélas!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Eles têm que...


Esta frase tira-me do sério, tira mesmo.

Eles têm que perceber...
Ele tem de aceitar...
Eles têm que ver...
Ele tem de...

É sempre na terceira pessoa, nunca isto se conjuga na primeira forma.

Tira-me do sério. Mas têm que, tem de, porquê?!?

Porque o orador acha? Vai buscar uma metralhadora se "ele" ou "eles" não cumprirem a sua obrigação de "ter que"??? Mata-se à pancada, os malditos que não cumprem tão clara obrigação? Ou matam-se de tédio com um discurso tão pobre, mas tão pobre, que a frase que se destaca é mesmo a "têm que"?...

Ora batatas, que a malta continua mesmo na idade das cavernas.

Hélas!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

GPS


Como já disse noutro lado, este mundo está perdido embora andem todos de GPS na mão.

Vieram perguntar-me se quero ser cobaia, num projecto interessante. E não é que quero mesmo?!?

Caraças, este GPS não presta.

Hélas!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Lagos


Fomos, de (muito) noite e sempre à chuva. Uma viagem chata para caramba, o que vale é que carros na A2 nem vê-los.

Chegámos lá pelas 4:30, dormimos um pouco, vimos gente querida, comemos goiabas do quintal e cumprimentámos os cães do vizinho.

Senti-me realmente bem-vinda ao jantar, eu e os meus vícios (não os posso deixar em casa, morriam de abandono, taditos e eu já disse que não sou uma assassina - excepto de alguns espanhóis e mesmo isso acho que é temporário).

Cambada de calaceiros, porque raio não inventaram ainda o tele-transporte, assim aquela coisa que nos faz transpor 300 km instantâneamente?!?
Eu ia ao allgarve todos os fds.

Hélas!