Conheço algumas pessoas estranhas para mim.
Mansas, essas pessoas (cuidado com a fúria dos mansos, sussurra-me uma voz antiga, amada e já desaparecida) são gentis, avessas a confrontos.
Essas pessoas são para mim uma permanente fonte de espanto (leiam bem, por favor: de espanto, mais nada além de espanto). Pois são tão diferentes de mim! Ouvem, sorridentes, não expressam nem juízos nem conselhos. Aceitam, mansamente, o que lhes diz quem o diz. Não contrapõem nem sugerem. Respeitam integralmente a individualidade e o ponto de vista de quem lhes fala.
Não são tolas (longe, muito longe disso!). Não são cobardes. Não são estúpidas nem amorfas, raciocinam e têm opinião; só não a dizem se não for expressamente pedida e às vezes nem nessa altura...
Têm princípios, por vezes muito fortes, quiçá até mais fortes que os meus; mas não os expressam, muito menos em confronto com o que lhes é dito.
É tão difícil conhecer essas pessoas! O que pensam, de facto? Qual a sua opinião sincera sobre isto ou aquilo? Parecem sempre sorridentemente connosco, pacificamente connosco, solidariamente connosco... Embora nunca, ou quase nunca, de acordo expresso. E esta ausência de contraponto, justa ou injustamente, é quase sempre tomada por acordo. Como toda a gente sabe, quem cala, consente... E quem consente sem uma palavra não só consente como concorda, digo eu.
Mas tal acordo não é possível. Há coisas em que só nós próprios podemos realmente estar de acordo connosco... Porquê este silêncio, este assentir?
Só coisas que me ralam.
Hélas!
PS.: Lamento mas contrariamente ao habitual, os comentários de hoje só serão respondidos amanhã. É que estou com uma soneira que mal me deixa abrir os olhos e o escrutínio de outras sopas, outros tempos e outras razões merece mais que um bocejar ensonado... Pois se são a Sorte Grande!
Mansas, essas pessoas (cuidado com a fúria dos mansos, sussurra-me uma voz antiga, amada e já desaparecida) são gentis, avessas a confrontos.
Essas pessoas são para mim uma permanente fonte de espanto (leiam bem, por favor: de espanto, mais nada além de espanto). Pois são tão diferentes de mim! Ouvem, sorridentes, não expressam nem juízos nem conselhos. Aceitam, mansamente, o que lhes diz quem o diz. Não contrapõem nem sugerem. Respeitam integralmente a individualidade e o ponto de vista de quem lhes fala.
Não são tolas (longe, muito longe disso!). Não são cobardes. Não são estúpidas nem amorfas, raciocinam e têm opinião; só não a dizem se não for expressamente pedida e às vezes nem nessa altura...
Têm princípios, por vezes muito fortes, quiçá até mais fortes que os meus; mas não os expressam, muito menos em confronto com o que lhes é dito.
É tão difícil conhecer essas pessoas! O que pensam, de facto? Qual a sua opinião sincera sobre isto ou aquilo? Parecem sempre sorridentemente connosco, pacificamente connosco, solidariamente connosco... Embora nunca, ou quase nunca, de acordo expresso. E esta ausência de contraponto, justa ou injustamente, é quase sempre tomada por acordo. Como toda a gente sabe, quem cala, consente... E quem consente sem uma palavra não só consente como concorda, digo eu.
Mas tal acordo não é possível. Há coisas em que só nós próprios podemos realmente estar de acordo connosco... Porquê este silêncio, este assentir?
Só coisas que me ralam.
Hélas!
PS.: Lamento mas contrariamente ao habitual, os comentários de hoje só serão respondidos amanhã. É que estou com uma soneira que mal me deixa abrir os olhos e o escrutínio de outras sopas, outros tempos e outras razões merece mais que um bocejar ensonado... Pois se são a Sorte Grande!
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