domingo, 29 de junho de 2008

Aniversário

Acabo de chegar de um jantar de aniversário e estou triste.

Não tem nada a ver com a idade, tem a ver com o testemunhar de uma falta de capacidade de resposta de variada gente, o que (ai de mim) tem decerto a ver com o passar dos anos. A minha tristeza é também fruto do testemunho de certas maneiras de ser e de estar que, por serem de quem são, não me permitem o habitual e pacífico encolher de ombros com o comentário "É parvo/a!".

Não é este o momento nem o local para uma análise rigorosa dos motivos da minha tristeza, análise que vai ser necessária a bem da minha saúde mental; mas fazer isso aqui e agora e com os cuidados necessários a uma declaração pública seria pouco sensato. Mas posso dizer-vos que detesto estar triste por isto...

E posso dizer o seguinte: a idade provoca solidão. Seja por falta de capacidade de resposta a situações, seja por falta de independência, seja por falta de pachorra, seja pelo que for, provoca solidão. E sabem? Este tipo de solidão é muito difícil de ultrapassar. Porque já não se tem a natureza combativa de outrora, já não se tem os sonhos de outrora, já não se tem a vitalidade de outrora...

Espero morrer antes de eu própria ficar assim tão frágil, tão exposta, tão dependente! Mais do que a morte, o meu temor vai para a dependência da boa vontade de outros. Mesmo que ela exista, quiçá por ela existir...

Meu Deus! Acima de tudo, protege-me de não perceber e dá-me força para agir.

Hélas!

2 comentários:

Fátima Santos disse...

amen (que é aquiescência e união na oração, não é ?!)

mac disse...

mcorreia: É. Compreendeste-me tão bem...

Hélas!