sexta-feira, 20 de junho de 2008

Cansaço

(...)
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...
[Álvaro de Campos]

Estou cansada, estou mesmo.

Cansada daquele cansaço feito de desânimo e de desesperança, um cansaço impregnado de desistência, um cansaço daqueles que não vê qualquer utilidade no esforço, feito ou por fazer.

Estou cansada de lutar, refilar e esbravejar - nem vem ao caso o motivo da capitulação. Sim, estou cansada, muito cansada.

Parece-me tudo um grande trabalho, um grande, grande trabalho, sem esperança, reconhecimento ou recompensa, por outros ou por mim própria; e á minha frente está apenas um grande, grande trabalho e eu que estou tão cansada!...

É que estou cansada, sabem? Mas muito, mesmo muito, cansada.

Hélas!

Sem comentários: