Falta- me a vontade de ser chefe de alcateia - por variadas razões, a mais relevante das quais é que não concordo com a existência de alcateias.
Penso que poderia chefiar uma alcateia sem esforço (uma, alguma. Não qualquer uma, Deus me livre, para algumas falta-me não só a vontade como a capacidade).
Mas não, prefiro ser aquele que resmunga de longe, não exige, não obriga, não protege ninguém de si próprio, não confia a sua vida a ninguém, está permanentemente desconfiada e rosnadoramente solitário. Não é bonito, não ajuda ninguém e é prático no mau sentido mas pelo menos não protege e perpetua a natureza de alcateia.
Eu bem vejo as alcateias (equaciono até que posso pertencer a uma que não vejo por hipermetropia, sim, escusam de me dizer isso...). Mas não consigo conciliar a idéia de que é preciso ser chefe de alcateia para acabar com as alcateias; parece-me que um chefe de alcateia - mesmo e até, desgraçada incongruência - se for um bom chefe de alcateia, viabiliza e prolonga o seu conceito e existência. Uma coisa horrível, irreparável. A redução de indivíduos racionais a membros de grupo sem responsabilidade própria, pensada e deliberada. Inominável.
Batatas. Ontem esteve sol, no Algarve. Boa praia.
Hélas!
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