Introduz a questão.
Tal como o seu predecessor, é único: há mais num par que em dois uns - ou conhecem algum casal feito de dois solteiros?
O par é como a água, solvente universal: quase tudo se pode dividir em pares ou num ou mais pares de ímpares.
Até a natureza humana, tão complexa, se divide normalmente em pares. Claro que podem não ser os mesmos pares, mas entre Amor, Filhos, Lazer, Profissão, etc, o Homem procura sempre o seu par.
Está, como era de esperar, de acordo com a Filosofia: não há Mal sem Bem, não há Felicidade sem Infelicidade; tudo mais o par de botas neste vale de lágrimas anda aos pares.
Até o mistério das meias desaparecidas só o é porque é um par que perdeu o par mas que toda a gente sabe que o par anda para aí sózinho, desgraçado.
É um número mágico.
Hélas!
15 comentários:
Como eu gostava de amar a matemática como amo a filosofia! Presumo que vá desfiar o rosário apenas até ao nove ou pretende atingir o infinito?
Blimunda, só até ao nove... E até há algarismos sem relevância, quem diria?
Sabe, eu também adoro Filosofia; mas na Matemática, quando dizemos 2+2=4 todos reconhecem o valor da sentença. Já em Filosofia, se não citarmos o Nietzsche, a Hannah Arendt ou outro qualquer popular nome, ninguém nos reconhece a sabedoria... E é uma canseira, voltar mais uma vez (e mais uma... E mais outra...) à definição do contexto, da semântica, das premissas... Já estou velha.
Já agora, Blimunda, na minha humilde opinião amar uma é amar a outra, já que fundamentalmente são a mesma, expressa em línguas diferentes.
É como ler Pessoa, na sua obra em inglês. É o mesmo genial palerma, só que quem não sabe inglês não percebe... E o dicionário, convenhamos, nestas coisas só desajuda.
desculpe meter-me na conversa, mas a descrição de Pessoa como "genial palerma" deixou-me sem palavras. Não há melhor maneira de descrever o homem.
Sam, obrigada. Mas se calhar eu deveria ter dito "É os mesmos geniais palermas"...
so o facto de ser no plural faz dele ainda mais palerma.
isto no bom sentido, claro...
Mac, o três não será um dos algarismos sem revelância, sendo certo que foi a conta que Deus fez. Vá, ponha-se a teclar enquanto vou ali adormecer a minha bela-ainda-não-adormecida, que já volto.
Num lar amanhã? Bolas!!!
Claro, Sam! Adoro quando compreendem o que quero dizer instantâneamente!
Blimunda, as minhas desculpas - o escritor de quem gosta intrometeu-se, via telejornal.
Não resisti e até já tenho o 3 quase acabado...
A trindade terá de esperar por amanhã - não sei se isso é justo, só coisas que me ralam.
Sobre o resto, imagine que já não está capaz de se disciplinar para acordar antes das 19:00, se esquece de comer refeições normais porque quando tem fome vai às bolachas e depois já não tem fome, não se lembra se a blusa que vai vestir está ou não lavada, não tem objectivos pelos quais vale a pena esforçar-se e de modo geral está incapaz de assegurar que o resto da sua vida tem um mínimo de qualidade e de bem-estar. Esse tempo chegará, espera-se (a menos que se seja atropelada por um camião) com a idade. E não é justo, nesse amanhã que se sabe que chegará, dificultar a vida de quem, precisamente, nos ama.
Um lar é um sítio onde pagamos para assegurarem que, mesmo sem estarmos capazes disso, não somos um peso para quem amamos. E o amanhã está ao virar da esquina....
Dito assim é tão coerente e sensato. Mas faz-me lembrar das pessoas que compram as sepulturas em vida. Não me agrada.
Em que raio de telejornal é que o homem deu. Eu vi na Sic, mas antes da 21.30. O privada também lançou o alerta já depois de eu ter visto dizendo " está a passar.." Caramba, eu gosto de o ler, mas não gosto de histerismo, em caso algum. Talvez seja premeditado o efeito, talvez não, não sei. Mas sei que este o histerismo não é ele que o faz.
Blimunda, porquê? a Morte faz parte da Vida, é tudo o mesmo - se sabe que vai precisar de um frango para o jantar de amanhã, faz-lhe confusão comprar o dito hoje? Não, porque comer é uma necessidade básica.
Minha amiga, eu considero que tratarem de mim quando eu não for capaz e ter um sítio para me enterrarem quando morrer, também são necessidades básicas. Minhas, não de quem me ama.
A mim, o que me desgosta é deixar para os outros decisões e sacrifícios que só beneficiam a nós próprios. De alguma forma, trai o meu amor por eles e o deles por mim.
Manias...
Acho que foi na 1 - tenho os ouvidos na TV e os olhos no PC...
Vá-se lá perceber porque é que saí como Anónimo, no meu comentário anterior!
Isto há coisas...
um casal de solteiros, hummmmmm, hummmmm:
que tal um casal de homocoisos?
São solteiros, mas são um casal, não?
Marques Correia, exactamente, um casal de homocoisos - ou de homocoisas - é um casal, não é um par de uns.
2 é termos um 1 a quem nos virar.
Lenor, ora nem mais: ele mais nós, cá está o par!
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