Por vezes sinto-me estranha
caída da realidade
Onde não há esta manha
E é outra mentalidade.
Donde venho é diferente:
Mente-se de outra forma.
Talvez só mais lentamente
Ou apenas noutra norma.
Às vezes todo este mundo
Me é estranho, bem alheio,
Como um buraco sem fundo
Ou um bicho muito feio.
Por vezes toda esta gente
Me doi no fundo de mim.
Donde venho é diferente;
As coisas não são assim.
As cores que estão no mural
São mais baças, talvez.
O brilho não é igual
E não muda mês a mês.
Doi-me a alma devagar.
Não sei onde estou nem vou.
Só sei que parar e chorar
Nem lá nem cá é quem sou.
É mais de mim avançar.
Mesmo cambaleante,
Meio cega, a tropeçar,
É sempre marcha avante.
Se o abismo lá estiver,
À frente, inesperado,
Não há problema sequer,
Caio apenas noutro lado...
Hélas!
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