sábado, 31 de outubro de 2009

As Letras e as Ciências


Esta disjunção sempre me fez urticária. Como agora estou velha, faz eczema...

Eu vou tentar outra vez: Inglês e Chinês é Letras, certo? Matemática e Física são Ciências. Filosofia é Letras, Química é Ciências. Pois.

Mas cá para mim, Filosofia e Matemática é a mesma coisa embora em língua diferente, e daí vem que Psicologia e Japonês sejam aparentados, tipo irmãos (embora não sejam gémeos...).

Hélas!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Nove


Pois nem sei bem que dizer, que o nove é o número do meu carinho, é mesmo mágico (que querem?!? O sete, a bem dizer, não me diz nada...)!

Saibam pois que tem 9 círculos o inferno e 9 esferas o céu (perguntem ao caramelo porque é que num caso só considera a área mas o outro já tem volume - cá para mim é racismo). Saibam também que:

  • 9 é a soma dos algarismos equidistantes (não falo em números em geral onde equidistância é vazia de sentido, falo de algarismos, de 0 a 9);
  • Qualquer dezena cuja soma dos dois algarismos dê o número 9, multiplicado por 12345679, dará sempre um número de algarismos repetidos;
  • Fazendo 12345679 multiplicar por 999999999 (nove noves) obtemos um crescendo e decrescendo giros: 12345679 x 999999999 = 12345678987654321
Acho que o meu amor por ele vem daí: não sendo monótono, é constante na presença.

Não o sendo ele próprio (não faz parte de clubes restritos, ama a boémia) é um produto de primo consigo próprio - e se já não se recomendam produtos entre primos, que dizer desta promiscuidade?!? Reparem que não se fala aqui em clones, detestável falta de originalidade - do que vos falo é de um filho (com toda a roleta de genes que isso implica) mas com um fundo genético único. É de doidos, não é? À 9, ora pois.

Para os que têm dificuldades com as máquinas de calcular ou com os excéis deste mundo digital, cá vai uma que pode ser feita á mão: 9 x 1 = 9; 9 x 2 = 18 (1+8=9); 9 x 3 = 27 (2+7=9); 9 x 4 = 36 (3+6=9) e por aí fora...

Para a malta que não curte muito contas, pensem que temos de esperar 9 meses para nascer mais um Homem (sentido lato da raça, que chatice sentir-me compelida a explicar o óbvio, batatas) e que quem chumba com 9 (estava quase!) se sente muito mais infeliz que quem chumba com 8 (eu não sabia nada, que se lixe), numa proporção que nada tem de linear...

Alarguei-me, desculpem. Mas é que adoro o bicho!

Hélas!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Oito


Imaginem um tipo grande e com uma cobiça irreprimível por bolos de creme. Depois imaginem que o coitado toda a vida usou cinto, sem cinto sente-se despido mas o cinto não lhe serve, de modo que todas as manhãs aperta, aperta, aperta até conseguir...

Cá está o oito. Coitado.
Nem é primo nem é especial, é apenas o oito, de família mas afastado.

Há malta que o associa à justiça mas cá para mim é malta com uma versão de editor de texto muito antiga e que não se apercebe que, conforme a fonte utilizada, o tipo fica com a bola de cima mais pequena que a de baixo - ou vice-versa.

Depois há o pessoal diz que "a minha vida está feita num oito" mas quando se lhes fala do algarismo dizem logo que é um infinito alentejano; e eu fico sem perceber se esperam de facto viver eternamente mas deitados.

É mágico, este - não parece haver razão para a sua existência mas que existe, existe. Como as bruxas.

Hélas!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sete


O 7 é o número amado pelo Homem.

Atribui-lhe toda a espécie de características que, como não são demonstráveis fria e cientificamente, são vestidas por uma espécie de sabedoria transcendental. Como toda a gente sabe, o transcendental não se discute, simplesmente aceita-se ou não - a esmagadora maioria das pessoas aceita, mesmo que tenha de fazer algum corte-e-costura para lhe assentar melhor. E o 7, talvez por ser esguio, elegante e frugal suporta lindamente toda a espécie de costura.

Mesmo quem não acredita em nada que não possa medir tem especial ternura pelo 7.

São 7 os dias da semana, 7 são as maravilhas do mundo. São 7 os pecados mortais, como são 7 as cores do arco-íris e 7 foram as pragas do Egipto... Sagrado ou profano, tudo o que são conceitos humanos transpira setes.

Visualmente é esguio e elegante, matematicamente não só é Primo como, na primeira dinastia, é o último, aquele que fecha a era. É mágico.

Hélas!

Desculpem


Isto é lamentável mas hoje foi um dia indecente e já é meia-noite e tenho uma montanha de coisas ainda para fazer HOJE, a porcaria do PC não ajuda nada e a rede ainda menos, sei lá se o mal é dos vírus ou do interface entre a cadeira e o teclado, o que sei é que que amanhã tenho de me levantar com as galinhas e vai ser um dia de máquina de costura para lá e para cá porque me falhou a gente com que contava e agora tenho de me arranjar sem ela e a coisa não está nada fácil; ainda por cima parece-me que aqui há gato mas o diabo do bichano é esquivo e não se mostra, tenho de o perseguir através de n ficheiros de diferente índole e data de alteração, a microinformática é uma Medeia e eu estou contra a parede nos famigerados deadlines que nem dão tempo para respirar rais parta isto tudo se ao menos queimasse calorias e nos desse tempo extra de boa vida ainda se compreendia assim acho que é uma perfeita tolice mas que tem de ser porque sem estas tolices a gente sentia-se mal.

Amanhã vos conto sobre o 7, número amado pelo Homem.

Hélas!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Seis


Este é um número sem história; é o produto dos Primeiros Primos e isso parece justificar a sua existência...

Dizem os esotéricos que representa o Amor - eu não vejo como. A sua única característica relevante é serem 6 as faces do cubo, sendo o cubo o paralelipípedo mais regular, constante e monótono que existe... Nesse aspecto, o cubo traz volume à natureza do 6.

Há malta que argumenta que, sendo 666 o número da Besta, o algarismo tem que se lhe diga. Eu discordo, porque se só em matilha tem relevância, o indivíduo vale muito pouco.

Enfim, tal como na vida, a Matemática tem os seus pãezinhos sem sal.

Hélas!

domingo, 25 de outubro de 2009

Cinco


Ora aqui está o número do Homem.

Temos cinco dedos em cada mão e pé, temos 5 sentidos (cada um dos quais apresenta 5 pontos básicos) , 5 extremidades relevantes (cabeça, dois braços e duas pernas) e 5 vísceras (rins, pulmões, baço, fígado e coração). São 5 as funções do corpo vivo: Respiração, Digestão, Circulação, Excreção, Reprodução.

Os descontentes lançaram o 5º elemento, Akash (luz) só para os ditos não serem 4 (tipicamente humano isto, não acham?), a Coco lançou o perfume 5 e nem se atrevam a pensar que o nome é por acaso.

Diz quem diz que sabe que "são 5 as qualidades do homem perfeito: Bondade, justiça, amor, sabedoria, verdade. E são cinco os tipos de bondade, de justiça, de amor, de sabedoria e de verdade" [não me recordo da fonte disto mas vi algures na net...] e eu sei lá, o Homem é demasiado complexo e eu mal tenho 5 minutos para pensar.

É Primo, o que quer dizer que é um pouco anti-social ou melhor dito, um pouco elitista - mas no melhor pano cai a nódoa, é sabido. E dada a sua natureza humana, de espantar é que fiquem por aqui as suas idiossincrasias.

Não permite nem empates nem indecisões e a sua natureza impele-o à acção. É mágico: sendo único, é nós - que somos muitos.

Hélas!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Quatro


É um par de pares, um número subtil e enigmático.

Não nos retratamos nele, o Homem prefere sempre os ímpares - é a sua natureza preguiçosa que evita o empate sempre que pode - mas reconhecemos instintiva e irracionalmente a sua magia.

Não é Primo de ninguém, parece ser solúvel em pares e sem identidade própria; mas se olharem para o Resto com olhos de ver, ficou lá qualquer coisa indistinta.

De mansinho e sem se fazer notar, impõe a sua personalidade: são 4 os elementos fundamentais, são 4 as estações do ano, 4 são as fases da Lua, têm 4 folhas os trevos da Sorte...

É um bocadinho insidioso, este. Mágico.

Hélas!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Três


O número da confirmação - nunca ouviram dizer "não há duas sem três"? Quer dizer que se de facto houve duas iguais, é de esperar a terceira. Se não houver terceira olhem melhor porque provavelmente não eram duas, era 1 par - outro sintoma disto é que o 3 fica muito zangado.

Como é mais velho, tem ciúmes do Primo caçula e por isso passa a vida a competir, tentando "ganhar" sabe-se lá o quê - palermices de quem subiu à cabeça o dito popular de que é a conta de deus.

Àparte as suas idiossincrasias, o 3 é mágico. É ele que nos demonstra que ver o mundo a preto e branco além de redutor é estúpido.
Os católicos perceberam isso muito bem e lançaram a Santíssima Trindade - chamem-lhes parvos, chamem.

É o número da Esperança. Há a Morte, há a Vida e há o 3, que somos nós...

Hélas!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Como disse?


Só mesmo aquela abestunta seria capaz de dizer com ar sério que "Deus é má pessoa".

Dâaahhh... O que eu poderia desculpar a tantos outros, parece-me imperdoável num escritor, de quem se espera uma intimidade com as palavras incapaz de tão idiota incoerência.

Amanhã vos conto sobre o Três. Honra lhe seja feita, a aventesma é dos poucos homens que não conheço pessoalmente e que me irrita a ponto de me fazer mudar de rumo.

Hélas!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Dois


Introduz a questão.

Tal como o seu predecessor, é único: há mais num par que em dois uns - ou conhecem algum casal feito de dois solteiros?

O par é como a água, solvente universal: quase tudo se pode dividir em pares ou num ou mais pares de ímpares.

Até a natureza humana, tão complexa, se divide normalmente em pares. Claro que podem não ser os mesmos pares, mas entre Amor, Filhos, Lazer, Profissão, etc, o Homem procura sempre o seu par.

Está, como era de esperar, de acordo com a Filosofia: não há Mal sem Bem, não há Felicidade sem Infelicidade; tudo mais o par de botas neste vale de lágrimas anda aos pares.

Até o mistério das meias desaparecidas só o é porque é um par que perdeu o par mas que toda a gente sabe que o par anda para aí sózinho, desgraçado.

É um número mágico.

Hélas!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Um


É a base, o pilar. A tinta com que se escrevem as letras.

Todos os números mais não são que a quantidade de 1s envolvidos: um quaquilhão (número impressionante) é um quaquilhão de uns - e é esta a quantidade que impressiona, não o quaquilhão ele próprio que afinal é só um, coitado.

A Unidade permanece imutável, sempre a mesma, única mesmo que composta, o referencial, aquilo cuja natureza intrínseca nunca se altera seja qual for a sua natureza extrínseca. É mágico, não é?

Sem pelo menos 1 nada existiria. Já repararam bem? É que nem conseguíamos ter uma partezita, pequenininha, 1 cheirinho... Se não houvesse o 1 de que isso é parte.

Hélas!

domingo, 18 de outubro de 2009

Zero


É a personificação do paradoxo da humanidade: na ciência cuja natureza é contabilizar a existência - passada, presente ou futura - inventou-se a quantificação da inexistência.

Fazia falta, estão a ver, embora seja demasiado complicado explicar aqui porque é que a inexistência faz falta a quem contabiliza a existência, a verdade é que faz.

E como o Homem não é gajo para ficar a chorar por algo que lhe falta, ZÁS! Inventou o 0. E as coisas ganharam existência, pois agora havia a sua negação.

É mágico.

Hélas!

Ciência


Sabem? Eu, do alto da minha grande ignorância, acho que há 2 ciências: a Matemática e a Filosofia.
Tudo o resto são frutos, especializações, esmiuçamento de particulares.

Há muitos particulares, muitos esmiuçamentos, claro. Física. Álgebra. Estatística. Medicina. Religião. Psicologia. E mais, muitos mais.

Nobres, mas filhos. A génese da sua sabedoria reside nos sabedores genes dos pais.

E mai' nada.

Hélas!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Gostava de ser poeta


Um poeta é um joalheiro da língua.

Da matéria bruta contida em qualquer Dicionário, faz obras únicas, intrincadas, sofridas, em camadas infindáveis, buriladas com uma paciência de velho chinês... Obras belas na sua identidade única e natureza variável.

O poeta depois refaz novamente, lima aqui, acrescenta acoli, corta mais além... Nunca fica satisfeito - quanto melhor a obra mais sensível ao tempo do espírito de quem lê (o autor não é excepção pois é antes de mais, gente; e a poesia tem essa Natureza, é mutável sem nunca perder a sua identidade, como as pessoas) - a obra só está acabada quando é roubada ao autor.

Ao ser lida, sofre uma metamorfose do tipo Pedra Filosofal mas aplicada a si própria: deixa de ser o que foi para ser - realmente SER - a coisa percebida - tão única como única é a identidade de quem a lê no tempo em que o faz. É mágico.

É por isso que a poesia é intraduzível - o melhor que se consegue nesta área é uma imitação deslavada - se lerem uma boa tradução é porque não é tal, é a expressão de um poeta inspirado por outro e a obra é intrínsecamente diferente. Não é possível traduzir poesia, do mesmo modo que não é possível fazer um anel de ouro usando prata, embora se possam fazer anéis com ambos...

Também gostava de ganhar o Euromilhões.

Hélas!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Intervalo


[Porque isto anda uma bandalheira tal que já nem o dia 11 cumpre a sua obrigação de semear sonhos, resolvi (outra vez! Há palermices estupidamente reincidentes, não há dúvida) lutar contra a maré. Decidi, contra o mais elementar bom senso (sou tonta, sim, mas uma tonta com pretensões racionais), adaptar o canal do Panamá aos meus intentos particulares e invadir uma outra horta só parcialmente minha:]

Hoje o sol põe-se em silêncio,
A Vida vê a pausa, inquieta,
A Morte ri-se, lá do Outro lado:
- Querias, não é? Mas hoje não estou para isso.
Os segundos passam, lentos, seguros,
Tudo continua como antes, imutável
O Homem chora pérolas mais salgadas
e o seu desespero é mais amargo e duro.
Não há matemática
capaz de igualar a Zero
esta equação.

Hélas!

sábado, 10 de outubro de 2009

Barraca


Barack ganhou o prémio Nobel da Paz.

Eu gosto dele, da sua estudada leveza, da pose, do savoir faire.
Quanto ao resto, sei lá?!? O homem só está naquela posição há uns meses, nem teve tempo de ler todos os arquivos dos assuntos difíceis, veremos os seus actos. Mas para já, é diferente do que estamos habituados, não é de graça que é um não-branco, o primeiro não-branco na Casa Branca.

Isto achei fantástico, só nos USA, esse país inquinado de preconceitos raciais, teorias do mérito e defesa despudorada do seu próprio modo de vida. Não sendo fã dos USA em tanta e tanta coisa, confesso que fiquei impressionada com aquele povo, quando o tipo ganhou as eleições - na liberal Europa parece-me impossível um não-branco subir a tal altura, para já.

Mas é conveniente realçar que não fiquei impressionada com ele, fiquei impressionada com o povo dele.

O Nobel da Paz é outro assunto. Que raio de provas privadas terá dado o homem (públicas parece-me que não há) para estar ao lado de Mandela que impediu, além de um passageiro banho de sangue, uma doentia propagação de ódio - que custa mais a ser absorvida pelo planeta que um saco de plástico?

Ele confessou-se espantado. Eu cá também fiquei mas no meu caso é o discernimento comezinho de uma pessoa vulgar. E também me entristece saber que o espanto pela barraca do Nobel o honra a ele mas não a mim, pela própria natureza da humanidade.

Hélas!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Inquietação


Acho verdadeiramente inquietante não fazer a mínima ideia se daqui a uma semana estarei a rir ou a chorar.

Devia haver seguros contra a tristeza - com o prémio pago em alegria pronta-a-usar.
As prestações seriam em horas de nem-triste-nem-alegre (já imaginaram o balúrdio?...) e reclamar o seguro seria livre - tantas horas depositadas compram x minutos de alegria.

Tenho mesmo jeito para estas coisas, não percebo porque é que não arranjo investidores: já calcularam o mercado potencial deste negócio?!?

Bem me parecia que a culpa era deles; é por estas e outras que Portugal não anda para a frente, caramba!

Hélas!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Hoje


Hoje é segunda-feira, 5 de Outubro de 2009, são 12:50 e é feriado.

Ocorre-me de repente que não é feriado para todos, só para os portugueses. Também não são 12:50 para todos, há malta na Terra que acabou de se deitar para uma boa noite de sono. Nem sequer é 5 de Outubro de 2009 para todos porque há povos que não têm o mesmo calendário...

Como diacho é que se conseguiu que fosse segunda-feira para todos?!?

Isto é só coisas que me ralam.

Hélas!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Stress


Antes de mais, nada, deixem-me esclarecer: recuso-me a utilizar o Brasileirismo - portanto Português - "estresse", porque a ortografia de tal vocábulo faz-me dores de cabeça.

Posto isto, deixem-me dizer-vos que não tinha um dia como o de hoje, a sentir fria e conscientemente a tensão da passagem do tempo, lutando deliberadamente minuto a minuto para que todos os segundos tenham o seu quinhão de trabalho útil - com um sentimento construtivo - há muitos, muitíssimos, ciclos. Este ano aziago foi palco de demasiadas situações de stress para mim mas, ao contrário desta, eram situações em que pura e simplesmente não tinha qualquer controlo, tipo tsunami.

Venci, no sentido em que não me acobardei, não desmaiei, não tratei mal ninguém, não perdi a cabeça nem de nenhum outro modo desperdicei um segundo que fosse.
Se o trabalho sai ou não sai, isso para mim é outra questão apesar de saber que para o mundo o que interessa é o resultado.

Hoje sinto-me orgulhosa de mim própria.

Hélas!