A propósito de bolas de papel, a Lenor disse um dia que acertamos sempre em qualquer coisa mas para acertar naquilo que se quer, e não é garantido!, tem que se levantar muitas vezes o rabo da cadeira.
Tem razão, carradas de razão. Mas o problema agrava-se, face à razão que ela tem:
- Ficamos com aquilo em se acertou (como na bancada da feira, em que se aponta para o urso de peluche e se ganha o porta-chaves do pinóquio) ou
- Levantamos o rabo da cadeira, uma, e outra, e outra vez ainda, cheios de porta-chaves que ainda dificultam mais a pontaria, para tentar mais uma vez o urso?
A minha proverbial teimosia aponta para a segunda hipótese, claro.
Mas... E se, depois de esforço insano, se ganha o urso e se verifica que não é nada do que sonhámos? Que andámos a perder tempo e vida, ambos insubstituíveis, desde o primeiro pinóquio?
Sim, devemos perseguir o sonho incerto ou regozijarmo-nos com a realidade certa?
Só coisas que me ralam.
Hélas!
Mas... E se, depois de esforço insano, se ganha o urso e se verifica que não é nada do que sonhámos? Que andámos a perder tempo e vida, ambos insubstituíveis, desde o primeiro pinóquio?
Sim, devemos perseguir o sonho incerto ou regozijarmo-nos com a realidade certa?
Só coisas que me ralam.
Hélas!
11 comentários:
Um jornalista angolano (ou português em Angola) tinha um lema que chapou na revista de que era director, o Notícia, que era mais ou menos assim:
"Projecto o melhor, espero o pior e aceito com ânimo igual o que Deus me der".
À parte o fatalismo e o religiosismo parece-me uma boa filosofia a que eu daria só um retoque, pequeno mas essencial: alegro-me e entusiasmo-me quando do projectado alguma coisa se realiza, chateio-me mas volto à carga, depois de rever o projecto, quando a coisa resulta mal.
Mas nunca, nunca!, alinhar numa visão de tudo ou nada - até porque, nesta bendita vida o que se obtém é (quase) sempre um copo meio cheio...
oh! minha querida, lá vem a menina com a mesma merda, a ver: laranjas ou limões (não?!) ah! pois...hoje é a variante encesta ou não...
olhe que a menina é chata pra caramba com essas merdices de pensar a vida. deixe que ela corra, não i(e?)mpecilhe a dita
PS perdoe os termos que tanto a incomodam e, por suposto, às suas visitas, mas eles fazem parte da minha linguagem como se escrevesse amor ou combóio ou princesa perguntadeira (cada um, é evidente, empregue no seu a propósito)
Aqui, o levantar o rabo da cadeira, equivale ao trabalho que tivemos para ter dinheiro para pagar os tiros. E atirar é a parte últil. Se fosse o urso, comprávamo-lo noutro sítio.
Penso eu.
É uma feliz realidade certa poder perseguir um sonho incerto.
:)
Marques Correia, tem certeza que essa frase é do tal jornalista, mesmo?!
Essa faz lembrar aquela do homem que dorme a sesta debaixo de uma árvore e que responde a alguém que passa e lhe pergunta porque é que não está a trabalhar com a pergunta:
-Trabalhar para quê?
-Para ganhar dinheiro.
-E para que quero eu o dinheiro?
-Para ficar rico e poder descansar depois.
-Então mas isso é o que eu estou a fazer.
Para ter a certeza, pode comprar a barraca toda, é a única técnica que não falha. Pena não se poder aplicar à lotaria! Mas assim, é mais divertido...
Marques Correia, é boa filosofia, é sim senhor. O pior é se me dá a sede e bebo o copo com ele meio... Mesmo que depois arranje mais meio, nunca verei o copo cheio, é uma chatice.
Maria de Fátima, não, eu também vejo tangerinas e toranjas... Mas gosto de chamar laranja à laranja, toranja à toranja, que queres, são manias...
Lenor, bem visto. Uma conclusão à altura!
Maria de Fárima, mas que é que isso interessa??? Deixa correr a frase à vontade, não lhe peças o BI!
Blimunda, sim, conheço a história. Adoro a maneira como é omitido o facto de que nem só de sesta vive o homem e a maneira como é escamoteado que tudo tem as suas próprias exigências...
Mofina, nunca se pode comprar a barraca toda.
Falhar não interessa, isso é certinho como a noite - o que é interessante são as decisões que se tomam nessa altura:
- Fico-me pelo pinóquio?
- Volto a tentar, depois de guardar o pinóquio (esta coisa interfere na concentração e estraga-me a pontaria)?
- Deito fora o pinóquio?
- Qual pinóquio?!?
Eu acho que às vezes apontamos ao urso, calha-nos o porta-chaves e depois vemos que o porta-chaves é mesmo que precisamos e esquecemos o urso.
Potencialmente isto acontece-nos muitas vezes na nossa vida, se tivermos sorte...
É assim que podemos ter uma felicidade não esperada e evitar algumas grandes desilusões.
É assim que pensamos mais facilmente que alguém olha por nós.
atire ao urso pensando k se tirar mais um porta chaves da-o ao seu amigo X, se tirar outro ao seu amigo Y, conforme o nº de amigos, pode ser k estando focada nos outros, ganhe um presente para si
AC, sim ao primeiro e terceiro parágrafos. Acontece e é muito bom que assim seja, penso eu.
Com o segundo não estou de acordo - mas é demasiado complicado para analisar aqui.
Mas com o último parágrafo, não estou nada certa. Também me parece demasiado complexo para este forum, mas deixo um pensamento: será assim tão bom, um adulto ter a confiança de que tem quem olhe por ele?
Só tu para me mergulhares em filosofia a estas horas! Thank you!
Privada, eu queria atirar ao urso e ficar com o urso (para a minha prima, que adora ursos de peluche e porta-chaves) ou atirar ao porta-chaves e ganhar o porta-chaves.
Chateia-me a falta de pontaria, mais nada. Com muitos porta-chaves, até monto uma banca na feira da ladra e lucro mais que com o urso; mas não é a mesma coisa...
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