quinta-feira, 4 de junho de 2009

O centenário


Estava a ouvir o centenário, de quem não gosto há anos e anos, aquele que tem montanhas de etiquetas catalogando-o na minha despensa como um fazedor de Xanax, um parvalhão arrogante e com a mania que é mais inteligente, potente, culto, ágil, cosmopolita, viajado, arguto, etc., etc., etc. e de repente o velhadas estraga tudo e diz uma coisa que não só é sensata como verdadeira e não peca por presunção. Mais ou menos isto:

- Já não tenho amigos, nem mais novos nem mais velhos, foram-se. Isso deixa uma grande melancolia... Gostaria de ser lembrado com essa melancolia.

Ora batatas, lá terei de colar um post-it sorridente naquela caixa forrada a caras feias. Já não bastava o resto, agora o estupor do homem ainda por cima me desarruma a estética.

Hélas!

5 comentários:

jg disse...

Ai a menina tem ódios de estimação?!
E eu convencido que só embirrava com o vizinho do cimo das escadas...

mac disse...

jg, não é bem de estimação, é mais de fastio e embirração... Será isto de estimação?!? Batatas, se calhar é mesmo.
Já o meu vizinho é outra loiça, não posso viver sem ele por muito que me irrite o estuporado ter quase sempre razão. Se não fosse ficar eu sem ela já lhe tinha cortado a cabeça há muito tempo!

jg disse...

Afinal o vizinho de cima é um pombo!!

Blimunda disse...

E desde quando é que a estética, seja do que for, é arrumada? Por muito alinhadinha que se apresente, há sempre um desnível, um desencontro, um colorido que tende a desestabilizar.

mac disse...

jg, um pombo?!?

Blimunda, a estética é arrumadinha, sim senhora. Os desencontros, desníveis e coloridos podem ser harmoniosos sim, senhora mas neste caso foi apenas... Dissonante.