segunda-feira, 7 de julho de 2008

O gato

Quando eu saí de casa, hoje de manhã, houve um gato que me inquiriu.

De cima do carro de um vizinho, com aquele ar de displicência e bigodes amplamente superiores, olhou para mim com uma expressão que conheço bem: "Olha mais esta, tão apressada, convencida que a sua velocidade resolve alguma coisa... Quando o mais certo é piorar essa tal coisa, tal a pressa com que a quer resolver!"

Juro que se eu não fosse uma raparíga descrente, absolutamente sem superstições e altamente cínica relativamente ao inquilino do meu andar de cima, tinha-me virado ao bicho e tinha-o mandado pentear macacos, com acrimónia.

Mas para o mal e para o bem, sou como sou.

Por isso, disse umas verdades ao meu inquilino - que ele bem merece ouvir - cumprimentei educadamente o gato com um aceno de cabeça e fui à minha vida.

Hélas!

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