Quando tudo corre mal e parece que somos um D. Quixote a lutar contra moinhos de vento (e a perder a batalha, obviamente, porque além dos moinhos de vento não se poderem aperceber da nossa existência, a sua natureza nem sequer tem qualquer ponto de contacto com a nossa espada desembainhada) há o riso.
A gente ri-se.
Tensos, desencantados, desesperados e semi-loucos, rimo-nos. Mas que há-de a gente fazer, senão rir?!?
Chorar? Ná, isso nunca (ou pelo menos, nunca em frente de outra pessoa...)!
Hélas!
- O riso desencantado de quem se apercebe que marcha numa parada de 5 contra uma turba de 50;
- O riso desesperado de quem decide acreditar que é tudo questão de vontade e esforço;
- O riso louco de quem sabe que se apresenta como Napoleão, sabendo também perfeitamente que não o é;
- O riso descontrolado de quem vê que vai para o mar de botas de chumbo e sem respiradouro. E continua a andar.
A gente ri-se.
Tensos, desencantados, desesperados e semi-loucos, rimo-nos. Mas que há-de a gente fazer, senão rir?!?
Chorar? Ná, isso nunca (ou pelo menos, nunca em frente de outra pessoa...)!
Hélas!
2 comentários:
mas se o riso é "isso", que bem faz à alma da gente lavar-se numa torrente soluçada, gritada, salgada, babada...solitária
sim, mujito solitária
sempre solitária e por isso estou contigo que longe de olhares apenas porque é coisa solitária mesmo no multidão
essa não entende nem o choro nem o riso que acba sendo solitário também ele solitário porque mal lido, mal interpretado
não por causa das gentes, basta pensar como tu vens escrevendo, basta pensar que somos "as gentes" quando estamos do outro lado...
mcorreia: Sim, há coisas que são do foro privado. Muito privado!
Hélas
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