sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vida V


Há lá tristeza maior que ver alterações profundas na admiração que se teve em tempos por alguém?

Verificamos com desgosto que, ou eles ou nós, alguém se alterou no decorrer da Vida. Já não admiramos. Já não serve de exemplo. Já não se aspira a chegar lá.

Não foi por ter sido atingida a meta, foi porque esta deixou de o ser. E esta diferença marca toda a tristeza do Tempo e da perda da Inocência.

Depois, é preciso inventar formas de não ficar estupidamente zangado por alguém ser quem é e não quem nos dava tanto jeito que fosse.

Hélas!

19 comentários:

Alferes disse...

Pois! É estupidamente triste crescer.

Anónimo disse...

Nunca estive tão de acordo com alguem como neste caso, realmente é verdade as pessoas crescem e mudam. Porem o segredo consiste em conhecermos outras pessoas e crescermos tambem.

mac disse...

Alferes, pois é. Não sei bem se é crescimento, mas mais triste que isto só mesmo um cão vadio, traído no verão por mor da casa alugada este ano no Allgarve, que não permite animais.

Sam, infelizmente, a tristeza conjunta não faz alegria... Crescer - para mim pode ser apenas Tempo que passa - é também aprender que a tristeza que faz parte da vida nunca desaparece, nem com 100 000 outras almas em cima. De outra maneira, a malta triste dos campos de refugiados andaria feliz.

Anónimo disse...

Aí esta um bom ponto de vista. Eu ainda estou na fase do crescer aprendendo, na fase das desilusoes em que amigos de anos realmente mudam e muito raramente para melhor... Crescendo e aprendendo ainda com muita desilusão e tristesa pela frente...

mac disse...

Sam, lamento sinceramente ser eu a mensageira desta notícia... Mas olhe, se alguma coisa aprendi nos meus 50 mil anos de vida é que os amigos não mudam sózinhos - nós também mudamos e muito, só que não damos pelas nossas mudanças. Só damos pelas dos outros.

Desilusões e tristezas pela frente? Sem dúvida. E também maravilhas, espantos, alegrias e amores. o Tempo é assim. Tramado, o Tempo. Ainda é pior que o meu vizinho do cimo das escadas.

Anónimo disse...

Pois acredito. Quanto ao vizinho faça como eu, more no ultimo andar. Mas tambem lhe digo k os de baixo das escadas tambem podem ser muito maus.

mac disse...

Sam, eu bem que queria mas não posso! No ultimo andar mora o meu vizinho e o tipo não me desampara a loja.

Anónimo disse...

Pois, tambem quem manda andar a ensinar filosofia ao vizinho. Eu com os meus, sim pk nao é so um, temos uma optima relaçao. As nossas conversa resumem-se a "Bom dia" isto quando tenho a infelicidade de me crusar com eles.

mac disse...

Bom, agora quase que tenho vergonha de confessar: o pior de tudo é que o meu vizinho tem quase sempre razão...
E como sabe disso, farta-se de gozar com as minhas ralações, um malandro, é o que ele é. Cara Sam, estime os seus vizinhos que até parecem boa gente, se nem se metem na sua vida nem nada.

Anónimo disse...

Eu nao falo com eles o que nao implica que nao tentem meter-se na minha vida mas pra isso um remedio infalivel, nao lhes ligo.
Deixe la o vizinho falar, um conselho, faça o mesmo pa ver se ele gosta...

Anónimo disse...

Não será este o pensamento que assola os milhares de professores quando pensam na ministra da educação e no nosso amigo Sócrates?

Só não me parece é que eles tenham crescido muito nos últimos tempos.

mac disse...

Sam, quanto mais calada ando mais ele desce as escadas. Não há nada a fazer mas não se preocupe - eu preocupava-me era se o tipo se escafedesse. Faz-me falta...

Nuno Almeida, mas sem dúvida que sim! Esses milhares de profs devem sentir-se agora como o cão, vadio de Allgarve.
E tal como ele, não atinam com o caminho...

Marques Correia disse...

Neste tipo de discussão sinto-me sempre um bocado ET...
Será que pensam que vivem onde? Num planeta de seres perfeitos ou sequer próximo disso? Conhecem alguém só com pequeninos defeitos, pequeninas falhas - honestamente, conhecem-no mesmo?
O segredo da abelha não será racionalizarmos (não quis dizer "baixarmos"...) as expectativas e aceitarmos os defeitos que se forem revelando no putativo "modelo"? Ou nenhum aceitável?
Mesmo quando o "modelo" que nos desilude é o nosso inquilino do andar de cima (e essa é, muitas vezes, a questão...), a receita é a mesma: quantos de nós não aspiraram ao topo na adolescência, não se sentiram com potencial para o atingir até ao fim da Universidade e não tiveram que se contentar (mesmo que digam que não se conformam) com uma meta intermédia aos 35 - 40 anos e, olhando para trás não reconheceram que, pelo menos em parte, se podem queixar de si próprios?
E então, despejamos o inquilino por indecente e má figura?
. . . . .
Só um toque no Nuno Almeida, antes de ir castigar o corpinho: para os prof's, os ministros da educação e os PM são sempre exemplos de modelos com defeito.
Por que será?...

Alferes disse...

Desculpe Mac, posso dar um "toque" ao Marques Correia?!? "os ministros da educação e os PM são sempre exemplos de modelos com defeito" não só para os prof's. A verdade é como diz a Mac, esperamos muito e vem a desilusão. A "culpa" não é deles. É nossa, sempre à espera de milagres!

Marques Correia disse...

Meu alferes, queira vossa senhoria saber que este soldado, abatido ao efectivo da tropa, continua a achar muito estranho que nenhum ministro (o PM foi, em boa verdade, um acrescento) tenha caído no goto de tão meritória classe profissional. Parece-me estranho, meu alferes, o que é que vossa senhoria quer?
A sua resposta, seja relevada a minha impertinência, também não faz nenhuma luz por sobre o meu atormentado toutiço.
. . . . .
Anoto o pensamento para memória futura: tenho que falar com o nosso cabo, para ver se ele me esclarece...

Alferes disse...

Do que me lembro, a Escola tem sido terrivelmente mal tratada nas últimas décadas. E se pensar, sempre que se tenta mexer com direitos adquiridos de qualquer classe profissional (não só os profs)a contestação surge sempre. Neste momento são os profs, amanhã serão os polícias, depois os juízes, os médicos, os farmacêuticos (e estes, então?!?)... Mas eu ainda acredito que, mais tarde ou mais cedo, surja um bom ministro de educação. Esta, ainda não me convence.

mac disse...

Marques Correia, ET porquê? Aposto que esse não percebe nada do assunto, o que nem me parece ser o caso... Mas lá porque não se vive num mundo perfeito, nem sequer bom, deve-se desistir do que devia ser?!?
Nopes. Cá para mim, isso é caminho mais que certo para a asneira.

Alferes, por quem é! Dê os toques todos a quem entender que por aqui há total liberdade de expressão. Dê-lhe com força e esteja preparada para apanhar com força!

Já agora e en passant esta ministra também não me convence mas os profs, ainda menos. Nunca na vida irá surgir um bom ministro da educação, que a classe nunca o permitirá.

Marques Correia disse...

Meninos, num post junto de si deixo-vos uma crónica do António Barreto muito curiosa.
Já estou a ouvir "cruzes canhoto, o faxista da lei Barreto, que enterrou a gloriosa reforma agrária dos kamaradas campesinos?!".
Fico pasmo como é que os professores daquela escola aceitaram a chefia de um Director e uma avaliação outra que não a auto avaliação. Lembram-se daquela frasezinha deliciosa dos tempos da Maria Cachucha, O bom julgador por si se julga? É isso aí...
Os profs ou foram coagidos, ou o sindicato estava distraído ou são uns traidores!!!!
Só pode...

Alferes disse...

Não é só naquela escola. Há instituições de ensino superior que, há muito, têm o mesmo modelo. Já agora, eu vejo um lado positivo nesta situação toda. Há muitos profs que estão a antecipar a reforma. O que é bom! Os que não estão dispostos "a aturar" qualquer mudança vão indo! E esses não interessam.
Quanto ao ME, vou continuar à espera de um milagre!