sábado, 29 de novembro de 2008

O vison é pipi


Está frio.

Tenho de ir a um sítio esta noite e já me avisaram que tenho de largar as jeans e as camisolas, que aquilo é para malta pipi e lá dentro é aquecido.

Eu quero ir - apesar do ter de ir pipi, quero ver o que lá vão mostrar. Percebem o meu problema? Como diacho se vai pipi com este frio?!?

Tenho de bater o dente todo o caminho, é?? Isto não está certo, isto não está nada certo.
E também escusam de vir com sugestões idiotas do tipo "leva o casaco de vison". Eu detesto casacos de vison, não tenho nenhum. Para o frio só tenho camisolas, grossas e nada pipis.

Só coisas que me ralam.

Hélas!

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Espanhóis


Pois, pois, e tal e coiso, que a xenofobia é uma coisa muito feia.

Além de que os gajos produzem muito e tal, ele é só oliveiras onde os madraços dos portugas só querem ver turistas endinheirados e totós. Pode ser isto tudo muito verdade, mas hoje se me aparece um espanhol à frente eu mato-o; e aviso desde já que o mato com requintes de malvadez.

Nem quero saber que depois tenha um grande arrependimento (afinal os espanhóis são seres vivos, acho que sangram e tudo) porque não sou uma assassina; hoje sou, de espanhóis sou uma assassina de sangue frio. Geladinho.

Vão para o raio que os parta. Aprendam ao menos a falar inglês. Não se armem em parvos quando estão a fazer asneira da grossa. Não me digam com ar inocente que não sabem que horas são em Portugal. Não se espantem por ser preciso agendar uma intervenção que envolve 5 entidades distintas. Não me digam com ar inocente que Yo no hablo português. No, tambiem no hablo inglês. Hã? No te entiendo, hablas castelhano?....

Eu mato-os, juro que mato. Devagarinho.

Hélas!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Pensamentos


A descomunicação é uma coisa tramada. Mesmo muito tramada.

O problema não é as pessoas não se entenderem, o problema é as pessoas pensarem que se entendem quando na verdade uma fala de alhos e outra de bugalhos. Quando as pessoas não se entendem há vários caminhos, sobejamente estudados e documentados, nem vou aqui falar nisso.

Mas quando julgam que se entendem e uma está a dizer o contrário da outra... Ambas sem a menor idéia que o outro não está nem pouco mais ou menos a falar do mesmo... Ambas convictas que o entendimento é mútuo... Ambas satisfeitas e inocentes... Ambas estupefactas quando alguém detecta, analisa, disseca e põe em destaque reconhecido não o assunto em discordância mas o facto do acordo mútuo ser simultâneamente inocente e enganoso.

Já tinha passado por isso antes e hoje assisti ao mesmo: acreditem, é tramado!

Hélas!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Calma


Não percebo porque me dizem tanta vez:

- Tem calma, mac.
- mac, tenha calma…
- Calma, mac!
- Ó mac, calma, pá.

Logo a mim, uma pessoa calmíssima. Isto já começa a enervar-me.

Hélas!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Oculista


Há malta que vê tão pouco, mas tâo pouco, que nem vê que está a precisar de óculos.

Com óculos de ver ao perto podiam perceber que o umbigo é afinal um buraquito irrelevante na sua barriga e não um buraco negro cheio de fome e de força. Mas não há nada a fazer: precisavam de usar óculos para ver que precisavam de usar óculos.


Hélas!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A minha pátria é a minha língua


- Deslarga-me!

Fixo a rapariga atentamente, mas não, continuo na dúvida: ela quer que ele a largue de vez ou quer que ele nunca, nunca!, a largue?

Rais parta o Tempo e os provectos anos, cada vez me entendo menos com os meus irmãos desta língua tão amada. Depois do acordo será ainda pior, suponho.

Só coisas que me ralam.

Hélas!

Terapia


Lamento, hoje precisava de terapia, fui ao SPA
Homer Simpson.

Deve ter tido algum resultado, veremos.

Hélas!


domingo, 23 de novembro de 2008

Silêncio


Devo dizer que gosto muito de música - oiço, quando quero ouvir música.
E não dispenso a TV - ligo-a quando quero ser entretida e desligo quando já não quero.
Adoro cinema: ponho um DVD ou vejo o que está a dar na TV. Também gosto muito de séries, não todas mas algumas.
A net também tem ofertas muito boas.

Mas em geral? Adoro o silêncio. A ausência de sons perceptíveis.

E não percebo quem não o suporta, não percebo mesmo, my fault, I know.
Faz-me uma enorme confusão ao espírito, quem liga o rádio ou a TV numa sala e vai fazer uma coisa qualquer na outra. Assim como as pessoas que são incapazes de estar caladas, principalmente quando os outros também estão.
A ausência de som incomoda-as.

Será por vivermos num mundo barulhento e o silêncio transmitir uma certa inquietação, de coisa não normal? Será porque o barulho de fundo simula a companhia desejada e inexistente por falta de prova sonora?

Não faço a mínima idéia, o que me chateia. Quase tanto como a dificuldade em ouvir o silêncio.

Hélas!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Vida V


Há lá tristeza maior que ver alterações profundas na admiração que se teve em tempos por alguém?

Verificamos com desgosto que, ou eles ou nós, alguém se alterou no decorrer da Vida. Já não admiramos. Já não serve de exemplo. Já não se aspira a chegar lá.

Não foi por ter sido atingida a meta, foi porque esta deixou de o ser. E esta diferença marca toda a tristeza do Tempo e da perda da Inocência.

Depois, é preciso inventar formas de não ficar estupidamente zangado por alguém ser quem é e não quem nos dava tanto jeito que fosse.

Hélas!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mizaru Kikazaru Iwazaru


- Que o diabo seja cego, surdo e mudo!

Ouvi de passagem, no café. Fiquei a matutar no assunto: então isto não são as célebre virtudes dos três macacos sábios?

Estranho, muito estranho. Ora batatas, como é que alguém pode sequer conceber (quanto mais desejar) que o Diabo, mau por natureza, tenha as virtudes que se crê evitarem a maior parte do Mal?!?

Se calhar são idiossincrasias do bravo povo lusitano. Ou será que outros povos também utilizam a expressão?

Só coisas que me ralam.

Hélas!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Relógio


Fui a uma mostra, agora não interessa de quê; cheguei uns minutos mais cedo pois tratava-se de uma mostra guiada e portanto tinha hora marcada.

Esperei meia hora. Em pé e sem explicações, no meio de um molho de gente tão parva como eu. Fui-me embora sem ver nada, que a mostra iria demorar cerca de uma hora e eu tenho que fazer.

Diz quem lá ficou que foi giro. Eu não achei.

Hélas!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Dentes do siso


O meu vizinho de cima desceu para, com aquele seu ar grave, me perguntar:

- Tu não achas que já tens idade para ter juízo?
- Não.

Ficou desconcertado.

Toda a gente que me conhece um tiquinho sabe como o meu vizinho do cimo das escadas é cínicamente racional, acutilantemente sério e absurdamente crítico; podem portanto avaliar a alegria infantil de o desconcertar com uma pequena aldrabice.


Hélas!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Guerra civil


Já uma vez fiz esta pergunta, na Folha de Couve.

Como ninguém respondeu, faço agora outra vez, esperando beneficiar desta maior interactividade: Que diacho quer dizer "guerra civil"?

Hélas!

domingo, 16 de novembro de 2008

Jornalistas


Estava eu à procura de inspiração no Correio da Manhã (não há melhor para temas abstrusos) quando li: (...) Quanto ao homem que atropelou o bebé, de dois anos, seguia num Volkswagen Golf cinzento e "nem sequer abrandou", lamentam os moradores. "Se o apanhássemos, matávamo-lo".

Não percebo bem se eles lamentam que o tipo não tenha parado para levar o puto ao Hospital se lamentam que ele não tenha parado para o poderem matar com toda a calma.

Estas coisas enervam-me. O raio dos jornalistas nunca fazem a pergunta que se impõe.

Hélas!

sábado, 15 de novembro de 2008

Porquê?

  • Porque é que a modalidade de Xadrez é separada para machos e fêmeas?
  • Porque é que a maioria das pessoas não é capaz de compreender um ponto de vista que não partilha?
  • Porque é que os pardais morrem em cativeiro?
  • Porque é que é considerado natural que as mulheres não gostem de matemática ou de física e apesar disso tenham queda para as tecnologias digitais?
  • Porque é que a maioria dos ET têm uns olhos enormes?
  • Porque é que tantas pessoas honestas não dizem ao empregado que se enganou na conta, quando o engano é a seu favor?
  • Porque é que os Elfos são masculinos e as Fadas femininas?
  • Porque é que perguntamos "Porquê eu?" quando um azar na vida nos acontece?
  • Porque é que os gatos rosnam quando estão contentes e abanam a cauda quando estão zangados e nos cães a sinalética é a oposta?
  • Porque é que a raça humana evolui muito mais depressa na Tecnologia que na Filosofia?
  • Porque é que a magreza se tornou um ideal de beleza?
  • Porque é que é mais fácil ter pena de um cão vadio que dum homem vadio?
  • Porque é que tanta gente considera importante a cor da pele e não a cor do cabelo?
  • Porque é que gosto de todos os bichos mas não suporto insectos?
  • Porque é que há pessoas noctívagas?
  • Porque é que...

Só coisas que me ralam.

Hélas!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sexta-feira


Quando for grande, hei-de escrever uma tese intitulada "Síndrome de sexta-feira".

Claro que tenho de estudar devidamente este assunto e confesso que isso me dará algum prazer porque gosto imenso de perceber a razão das coisas: porque é que o céu é azul? Porque é que não há fadas macho? Porque é que religião é uma palavra feminina? Porque é que o mar me faz falta?

Porque é que é à 6ª feira que o pessoal despacha o trabalho que deviam ter feito durante a semana?

Hélas!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ping-pong


Andei numa batalha maluca, mails para cá, mails para lá, um duelo de ping-pong em que as jogadas subiam de tom e de dureza.

Ganhei um ponto: Fulano iria à reunião, uma video-conferência com aquele lugar remoto.

Chegado lá, a pessoa que devia receber Fulano desculpou-se pelo telemóvel: tinha estado ocupadíssima a 100 km dali e ainda vinha a caminho, nunca chegaria antes da reunião acabar; mas não fazia mal, ele que chamasse o Sicrano, que o acompanharia na dita video-conferência.

Chamado o Sicrano, também ele se desculpou: estava noutra reunião, também importantíssima, não o poderia acompanhar de maneira nenhuma.

Foi-se embora o Fulano; e o ponto que me custou tanto a ganhar, transformou-se em Perdas e Danos.

Que raio de dia treze.

Hélas!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Vida virtual


Um dia, uma rapariga que estimo bastante disse-me que eu era muito mais interessante no virtual do que em pessoa. "Não somos todos?", respondi.

Ela ficou a olhar para mim, espantada. E eu para ela, igualmente espantada pelo espanto dela.

Nos blogues, nos comentários, nessa vida virtual, a coisa é fácil: escreve-se quando se está para isso e nem é preciso lavar a cara. Até se pode começar a frase antes do jantar e terminar depois de lavar a loiça - é realmente à vontade do freguês, fala-se com quem se quer, quando se quer, e com todo o vagar que se quer para burilar o discurso.

Na vida real não é assim, se a gente não lavou os dentes a mensagem perde-se no nojo do ouvinte. Depois, os desgraçados que nos acompanham na vida real têm de suportar a inspiração e a falta dela, conhecem o brilho da eloquência tão bem como os grunhidos matinais. E também nós não podemos, com toda a verdade, encarnar um desbragado cínico às 10:00 e um prudente contabilista às 10:30 - quem nos acompanhasse nas 2 ocasiões ficava baralhado e mandava-nos para Rilhafoles.

Como é que dizia o outro? "Pode-se enganar todas as pessoas durante algum tempo; pode-se até enganar algumas pessoas durante o tempo todo; mas não é possível enganar todas as pessoas durante o tempo todo."

No virtual, andamos a enganar (ou a ser completamente honestos, depende do ponto de vista) só algumas pessoas (escolhidas a dedo) e nem é durante o tempo todo (só quando estamos nessa disposição)...

Hélas!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Maré


Há um surdo zumbido,
silencioso e mau,
que atravessa os dias;
Onde amputa um sentido
o traiçoeiro lacrau
deposita as suas crias.

Zumbe zangado o zumbido.
Morre triste o sentido.
Zumbem zangadas as crias.

Hélas!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A chapada sagrada


Li hoje no jornal a história da Humanidade: a Igreja do Santo Sepulcro foi palco de uma cena de pancadaria, entre monges ortodoxos gregos e padres arménios. A polícia acabou por prender um arménio e um grego (deve ter sido a bem da igualdade de oportunidades).

Tenham por favor em mente que as 6 igrejas que dividem o controlo do Templo são todas cristãs, o que não as impede de andar à chapada no local que proclamam ser o sagrado sepulcro do Deus do Amor e da Tolerância, que veneram.

Querem mais? Uma saída de incêndio não é construída porque não há consenso e uma escada de madeira, colocada no século XIX, não é retirada porque não há acordo sobre quem tem autoridade para o fazer.

É esta a história do Homem: só está real e verdadeiramente de acordo consigo próprio - e mesmo assim, essa paz às vezes não dura…

Hélas!

domingo, 9 de novembro de 2008

Espanha


As minhas mais recentes experiências com os nuestros hermanos levam-me a perguntar novamente: como raio é que o índice de produtividade deles é maior que o nosso?!?

Já não é a primeira nem a segunda vez: demoram uma eternidade a responder a uma pergunta, outra eternidade a executar uma encomenda e chegados lá, a encomenda não foi executada ou foi mal executada. Podemos contar com mais duas eternidades até a reclamação ser atendida.

Acho que isto é um caso semelhante ao do BPN: é só fama, porque quando se fazem contas vem o Estado e intervem.

Hélas!

sábado, 8 de novembro de 2008

Graças sociais


Hoje é sábado e estou desfilhada e desmaridada (os tipos foram à vida deles, têm outros compromissos para além de me aturar e às vezes esses compromissos calham ao sábado) pelo que andei a tarde toda preguiçosamente a espiolhar a vida alheia, nesta tão interessante Terceira Vida (confesso que a Second Life não é coisa de meu gosto).

Deixei uma Boca aqui, um Bitate ali, uma alfinetada acolá, uns risos sacanas acoli ou seja, estive umas horas a exercitar o meu Doutoramento, que isto, como outras coisas, sem exercício esquece muito. Uma trabalheira.

Durante o processo, atingiu-me a compreensão de uma coisa que sempre me intrigou: se acho as pessoas tão interessantes, porque diabo não tenho eu maior graça social? A resposta hoje brilhou intensa, entre a bica e o cigarro: porque a graça social necessita de uma respeitosa pachorra com regras bem definidas. E respeitosa pachorra é um gene que os meus antepassados não aprovisionaram, portanto tenho tanta culpa disso como de não ter olhos azuis e um corpo escultural.

Olha que bom, menos uma coisa para me ralar.

Hélas!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Jantar dos Primos


Desculpem mas hoje foi o Jantar dos Primos de modo que estive ocupada a discutir filosofia caseira.

Amanhã talvez o artigo seja mais interessante; depende da espírito com que ouço a musa que se sentou hoje à mesa connosco. Pelo sim pelo não, convoquei todas mas aquilo é uma maltosa muito esquisita, nunca se sabe quem aparece.

Hélas!

Aperto de mão


Já apertaram a mão a um gordo trapo morno? Hghhhhhhhh... Ainda hoje o fiz e até a recordação me eriça os pelos dos braços.

Já me disseram que eu apertava a mão como um homem - não sendo eu parte dessa raça simbiota, senti-me algo insultada, vá-se lá saber porquê.

Mas como pelos vistos não sei como uma senhora (sim, não uma gaja qualquer, que isso era uma desclassifição terrível) deve apertar a mão, haverá por aí alguma senhora que me informe? É que não gostava de morrer completamente ignorante nesta importante questão. Obrigada desde já.

Hélas!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Fazer o que se pode


Que é que interessa fazer o que se pode, se o que se pode não chega?

Já uma vez falei disso,
aqui. E a verdade é que cada vez mais estou convencida que fazer o que se pode é bonito e louvável mas o que eu quero realmente é que se faça o que é preciso ser feito...

O que é giro é que por causa disso chamam-me nomes. E com toda a razão, devo dizê-lo: não é a sabedoria popular que diz que quem faz o que pode a mais não é obrigado? Pois é. Mas para mim não chega, que querem?

É defeito de fabrico portanto não me chateiem, chateiem os meus tataravós.

Hélas!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Eleições nos USA


As eleições prosseguem e com elas as orações e anseios de montanhas de gente.

A raça humana é sempre a mesma - deposita as suas maiores esperanças num gajo e fica à espera, prontinha para o enforcar na praça pública à primeira ocasião que as suas pouco sensatas esperanças sejam defraudadas - e serão de certeza, de tão pouco sensatas que são. Além de que qualquer relação entre elas e o que o tipo diz é pura coincidência...

O que acho mais giro é que, sendo este traço humano sobejamente conhecido, haja sempre tipos dispostos a encarnar activamente esse papel de salvador. Se calhar, como o enforcamento em praça pública é figurativo, ganham não figurativamente qualquer coisa com o quiosque.

Hélas!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Grande Circo das Pulgas


Acho que toda a gente conhece a história dO Grande Circo das Pulgas.

O espectáculo grandioso começa logo com a tenda enorme e cheia de cor, apesar de lá dentro haver apenas uma cúpula de vidro muito pequena. Dentro da cúpula, há baloiços e escorregas, assim como trapézios, banquetas e outros objectos coloridos e brilhantes.

Estes pequenos objectos movem-se ao som da voz do apresentador e à medida do seu anúncio tronitruante que deixa qualquer um ansioso e tenso:

- Vejam estas maravilhosas, fantásticas, pulgas contorcionistas, a Pulgona e o Pulgão!

- Reparem na arte inimitável da Pulguita no trapézio: sem rede, meus caros, sem rede!

Ao fim de pouco tempo, toda a gente vê as pulgas e aplaude o seu desempenho, verdadeiramente inacreditável.

Sempre achei este Circo fascinante. Não exactamente a exibição, dado que as pulgas não existem, mas os espectadores são de facto um espectáculo.

Será que existem ou são pulgas numa cúpula dentro de uma enorme, colorida tenda, comigo no público?

Hélas!

domingo, 2 de novembro de 2008

Santinho!


- Atchim!
- Santinho.

Porque carga de água se responde "Santinho!" a quem espirra?!?

Será que nas profundezas da nossa ignara história o espirro foi conotado com alguma manifestação do mal e era necessário convocar os Santos para atalhar potenciais desgraças?

Ou pelo contrário, o santinho era convocado para ajudar a curar a maleita de saúde do espirrador? Ou será que a expressão é a síntese altamente contraída da reza "por favor, meu santinho, protege-me a mim da doença que aflige este tipo"?

Só coisas que me ralam.

Hélas!

sábado, 1 de novembro de 2008

A pergunta


Eu sempre disse que quando estamos em dúvida com a actuação ou intenções de alguém que nos importa, o melhor é perguntar-lhe directamente e sem rodeios. Pode não ser muito fácil mas se o alguém nos importa mesmo, o melhor é saber a sua resposta frontal e sem intermediários. É mais justo para o alguém e mais verdadeiro para nós.

O que não costumo dizer expressamente (sempre me pareceu claramente implícito... Mas aparentemente não é), vou dizer agora: estejam preparados para as consequências, porque elas existem: o próprio facto da questão se colocar é relevante e demonstra que sabemos que a nossa confiança nesse alguém é insuficiente.

Depois, podemos ou não acreditar na resposta. Se sim, resta apenas o facto da questão se colocar, o que pode não ser demasiado grave, dependendo da questão.

Mas, para qualquer questão, se não acreditamos na resposta, toda a confiança cai por terra e não há nada a fazer. Essa relação morreu. O melhor que o perguntador pode fazer para minimizar o luto é dizer claramente ao alguém que não acredita na resposta e ao menos assim ficam ambos conscientes do funeral...

Deixem-me só alertar para mais um pormenor a ter em conta: se a pergunta é feita, respondida com verdade mas quem pergunta não acredita na resposta - bom, parabéns ao perguntador. Acabou de ganhar a medalha de ouro na arte muito humana de magoar gravemente alguém inocente e matar qualquer coisa importante.

Hélas!