quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O génio da lâmpada


Perguntaram-me uma vez que desejo pediria se só tivesse um desejo para pedir; mas não podia ser nada relacionado comigo (por exemplo, não podia pedir para ter a capacidade de satisfazer quantos desejos quisesse, nem a capacidade de satisfazer desejos de outrém).

Pensei que paz era o máximo mas pensando bem, será? Acho que prefiro uma guerra declarada, com os valores em litígio bem claros, que uma paz podre de desinformação, pressões, desaparecimentos, torturas e mortes incógnitas. Guerra e paz são palavras muito traiçoeiras.

Inexistência de fome/sede? Sim, isso era bem bom. Mas nem só de pão vive o Homem, isso é certinho como a noite.

Bom senso? De bom senso, como de boas intenções, está o Inferno cheio. A abarrotar.

Ausência de infelicidade para o Homem? Mas depois, como é que se dá valor à felicidade? Ficava tudo uma mornice sem graça?!? Felicidade e infelicidade também são palavras muito traiçoeiras, olá se são!

O que eu queria mesmo era que as pessoas fossem felizes e boas e inteligentes e sensatas e não dessem cabo da Terra nem dos vizinhos, não chateassem quem é diferente e não se chateassem por haver malta diferente mas igualmente feliz e boa e inteligente e sensata, que nunca se morresse nem triste nem sózinho, que nunca ninguém tivesse fome ou sede de comida ou de amor ou de amizade ou simplesmente de companhia, que toda a gente tivesse sonhos realizáveis, que não houvesse filhos sem pais nem pais sem filhos, enfim, o paraíso para mim e para os outros. Mas não consigo meter isto num desejo só...

O facto é que eu não soube responder. Ainda hoje não sei. Mas estou a trabalhar nisso, já lá vão uns anitos desde que me perguntaram mas ainda estou. Não vá dar-se o caso de achar uma lâmpada velha na praia.

Hélas!

3 comentários:

Álvaro disse...

Eu desejava

que acontecesse a cada pessoa o mesmo que ela fizesse aos outros

Assim de repente deve bater certo

se eu bater levo
se eu amar amam-me
se eu der recebo

acha mal drª Mac ?

mac disse...

Parece justo. E quem sou eu para achar alguma coisa mal ou bem?

Só me preocupa não haver saída para situações repetitivas: se eu bater levo, eu levo e portanto bato, se eu bato então levo, como levo vou bater...
O meu filho bate no filho de quem me bate, ele bate no meu filho porque levou, o meu filho bate nele porque ele lhe bateu, o meu pai bate no pai de quem me bate, ele bate no meu pai porque ele lhe bateu, a minha mãe bate nele porque ele bateu no meu pai, a mãe dele bate-me porque porque a minha mãe bateu nele...
Caraças, estou a ficar cansada.
Álvaro ,não sei.

Álvaro disse...

Pois é isto é dificil

o que eu queria dizer é que se ao bater eu levar de volta, doí-me e como me dói, já não bato mais

parecia justo

mas se calhar aproveitava e continuava a bater só nos mais fracos.

a menos que o génio da lampada, fizesse que a dor de quem bate, mesmo sem apanhar de volta, fosse a mesma de quem apanha, asim tipo choque