segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Compreensão


Como toda a gente, há coisas que percebo e coisas que não percebo.

Uma das coisas que percebo perfeitamente é quando alguém muito pacífico corta às fatias fininhas, ao mesmo tempo que insulta lentamente o seu legítimo dono, a besta que magoou o filho/sobrinho/neto/pai/mãe/marido/mulher/whatever, um ser amado.
Eu acho mal, claro - sou pacifista! Mas a verdade é que percebo lindamente e não respondo por mim se estiver na mesma situação...

Depois há as coisas que não percebo. Quem fica a relembrar velhos agravos, quem deixa em brandíssimo lume antigas zangas, quem guarda com zelo tristezas de infância... E eu também as tenho, quem é que não as tem?! Mas guardá-las assim, defendermo-nos atrás desses cadáveres velhos, esconder as nossas fraquezas debaixo dessa capa podre?
Estou pior que o leão: antes a morte que tal sorte.

E com isto, meus amigos, chego à minha conclusão: só olhamos com benevolência, só compreendemos de verdade, os defeitos de que também padecemos.

Que palermas somos!

Hélas!

1 comentário:

Blimunda disse...

Somos, os que assim são - palermas, claro.

Partilho, inteiramente, da compreensão e da incompreensão, ou melhor, dos objectos compreendidos e incompreendidos. Ora bolas e batatas! Hoje não me sai nada de jeito.