A coisa passa-se assim: estou eu com os meus azeites, a boca azeda da limonada, viro-me estúpidamente agressiva a quem não me fez mal (é sempre assim, não é? Reflexão para outro artigo, caramba que tenho mesmo de aprender a tomar notas!) e, em vez da óbvia reação defensiva, obtenho... Um sorriso quente. Uma frase gentil. Uma coisa assim de quem nem notou a agressividade, a violência gratuita e vil.
É um bocadito difícil de explicar mas imaginem que estão zangados com o mundo e dão um encontrão a alguém e esse alguém, em vez de se firmar nos pés para não cair, estende o braço e tenta ajudar no que lhe parece um desiquilíbrio, não um encontrão. É completamente diferente de quem sentiu e quis perdoar, não tem nada a ver com alguém que pesou, mediu e decidiu que não se devia zangar. É uma coisa diferente, um impulso natural.
Nessa situação, olhem, eu liquefaço-me... Enrola-se-me a língua, o coração aquece, os pés fraquejam e o juízo volta a si. Mas, pensando bem... Será que reparo sempre ou depende da limonada? Quantas vezes terei eu empurrado brutamente alguém sem notar e sem notar passei por cima do sorriso gentil e da frase calorosa? Ajudando, com a minha falta de atenção, à extinção de uma espécie milagrosa?
Caramba, uma pessoa pode tão facilmente dar em doida.
Hélas!
5 comentários:
Essa "espécie milagrosa" não se extingue enquanto existir outra "espécie milagrosa" que a reconhece. Aí está um dos "milagres"!
Pronto, já não é preciso ir à bruxa ;)
Eu cá acho que a Mac sofre é da maleita do ventre caído. Nem pense que se trata de mau olhado. E de ventres caídos a malta lá do antro não percebe nada. Está sempre tudo em cima. Digo eu, cos nervos!
Um dia convido-a para vir jogar uma suecada cá no recreativo. Gosta de amendoins e tremoços ?
Isto parece que não é mas é.
É que o meu parceiro só faz asneiras a jogar à sueca, nem percebe os meus sinais, nem nada. Ás vezes estou quase a irritar-me com ele sinto o sangue a lantejar no escroto da garganta, mas o gajo está sempre tão bem disposto, que eu murcho e acabo por não dizer nada.
Só para mim é que digo um palavrão baixinho
Alferes, não ajudemos pois à sua extinção, porque há diversos milagres a passear na rua! Reconheçamos a raça, que é preciosa.
Jardineira, é, é. Que há pragas, independentemente dos milagres de duas pernas que andam por aí a passear...
Blimunda, que diacho é isso? O meu ventre é caído porque já leva uns quantos anos no bucho mas isso não é maleita, é natureza. Eu não quero que a malta lá do antro perceba de dietas, quero é que chamem à razão a fada ofendida!!
Álvaro! Bons olhos o leiam. Eu adoro tremoços e amendoins, o que não gosto é de sueca... Passo a vida a perguntar se o Valete vale mais que a Dama.
Pois é, eu também murcho e acabo por não dizer nada, tanta vez! O pior é que um bocado depois fico sem saber se a culpa é do parceiro que é um zero à esquerda ou minha que não percebo nada do parceiro.
Uma chatice.
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