Um dia, alguém me disse que "As pessoas não estão interessadas em entenderem-se, só estão interessadas em ter razão.". Esta frase ficou-me no espírito, pela sua simplicidade cheia de profundezas.
Ele tem razão, como é óbvio - mesmo quando as pessoas se querem entender, só o farão depois de se lhe ter reconhecido a razão, só nessa altura estarão livres e desimpedidas para trabalho em conjunto.
E as profundezas que daqui nascem são Dantescas, auto-análise, estratégias de manipulação, auto-estima, humildade, orgulho, conhecimento - auto e alheio - , o que quiserem.
Um tortuoso labirinto de Deve e Haver.
Hélas!
7 comentários:
Não sem bem porquê fez-me lembrar o casamento!
Alferes, pois. O Casamento, o Trabalho (ainda há gente com emprego), as Amizades... É um verdadeiro labirinto, com Minotauro e tudo, acho eu.
O "Deve e Haver", bem ligadinhos, dá "Denver" onde há pouco houve uma cimeira em que os participantes para além de não se entenderem queriam, basicamente, ter razão.
E a pura consciência de que para que se entendam têm que se anular a si mesmas dói. Não é apenas dantesco Mac, é caótico. Imbatível arma letal da paz interior e, por conseguinte, da paz exterior também. Nunca, mas nunca mesmo, haverá paz enquanto o Homem existir.
jg, Denver é um óptimo exemplo. Denvíamos olhar bem para ele!
Blimunda, paz? Que é isso, come-se? Posso ter mais disso que o meu vizinho?
Desejar ter razão é perfeitamente humano e tem a ver com a necessidade do Homem em termos de reconhecimento. Querer ter razão é a forma como o Homem expressa a sua necessidade de ser reconhecido no grupo ao qual pertence. Isso não quer dizer que a sua razão é absoluta, isso quer dizer que ao seu nível, no seu entender, em função dos seus conhecimentos, das suas crenças, das suas emoções, a sua razão é aquela. Convém assim interpretar o querer ter razão como sendo a pedra, ou seja a contribuição que o indivíduo dá ao grupo para a resolução de um problema ou de um assunto qualquer. Compete ao grupo definir um denominador comum, aquele que permitirá construir o edifício comum, permitindo a cada um encontrar na obra final um pouco da sua contribuição.
Hélas, hélas mil vezes hélas, espíritos tortos, belicosos, ditatoriais…andam por aqui e ali e recusam o necessário direito dos seus semelhantes à felicidade, uma infantilidade do tipo “isso é meu!!”
RJLB, todas as características humanas são perfeitamente humanas, isso é uma verdade de La Palice...
O que é que isto tem a ver com o necessário direito (e quem é que tem o necessário dever de satisfazer o cumprimento desse necessário direito?) dos seus semelhantes à felicidade?
Tem - se estiver para aí virado, claro - de explicar melhor o seu raciocínio.
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