terça-feira, 24 de agosto de 2010

Torrada com manteiga


Dei-lhe um bocado de torrada cheio de manteiga mas antes de lhe deitar o dente o canito olhou para mim com um ar de tal forma interrogativo que me vi obrigada a interrogar-me também: porque carga de água tenho eu a mania de que o espírito crítico deve estar sempre ligado, quer se trate de torradas com manteiga ou questões momentosas de ética?!?

Só me traz dissabores, esta mania. Leva-me a falar quando devia estar calada, a agir quando devia estar quieta, sempre a chatear os outros e a mim própria porque o risco está torto quando podia perfeitamente e sem esforço extra estar direito.

É isto e o vício de dizer a verdade quando ela não me é pedida. Já me meti em vários molhos de brócolos por causa disso e não aprendo, continuo a dizer a minha verdade - tenho a mania que devo dizer o que realmente penso em vez de sorrir com ar pachola e manter intacta a superfície do lago. Especialmente quando gosto do tipo que vai no barco, parece um contra-senso mas não é.

Não sou fã de terramotos, prefiro a água mole em pedra dura. Mas a água deve ser limpa e clara, se não a pedra mancha...

Razão tem o meu vizinho do cimo das escadas, quando diz que sou chata como o caraças (também diz que eu sou torta mas isso é disparate - chata com estas coisas reconheço que sim mas torta acho que não sou - falta-me maldade. É maldoso, o meu vizinho).

Hélas!

2 comentários:

privada disse...

Mac, ontem um puto, um fedelho disse-me:
- Eu não tenho um problema, tu é que queres ter sempre soluções.

Ainda estou às voltas para entender.

mac disse...

É verdade, privada. É isso e ter a mania que um risco direito é melhor que um torto.

Feios vícios.