Tenho várias irmãs de sangue, fantásticas nas suas diferentes inocências e purezas e a quem nunca telefonarei numa noite pessoalmente sombria. Estou certa que me responderão quando eu pedir (têm provas dadas, qualquer uma delas) mas nunca as chamarei por necessidade própria e elas nunca adivinharão nada que eu não lhes disser.
Tenho outras irmãs, não de sangue nesse sentido comum mas que me correm nas veias. A qualquer delas, se telefonar às 4:00 da manhã atendem-me e não ficam tontas; se for caso disso metem-se no carro e vêm ter comigo se não for, dão-me na cabeça, chamam-me nomes e aí posso eu ir dormir descansada.
Com qualquer delas posso dar-me ao luxo de confessar receios idiotas, ser irracional, entrar em pânico ou chorar; elas ouvem e vêm ter comigo se for caso disso e se não for desancam-me e põem-me novamente na linha.
Muita coisa que não digo elas adivinham; e quando nego convictamente olham para mim com aquele ar e não dizem nada, aceitam as minhas limitações tranquilamente. Tal qual eu faço com elas. Tudo sem subir ou descer um grau nas nossas considerações. É espantoso, não é?
Não me devem nada nem eu a elas, apenas aceitamos tranquilamente os nossos defeitos (ninguém é santo, pois não?) e nunca traímos a confiança mútua, seja porque razão for.
Os ventos e as marés fizeram as nossas vidas cruzarem-se, o resto veio dos seus espíritos leais. Obrigada, irmãs de coração.
Hélas!
5 comentários:
ai que nem sei que te diga, cunhada,a não ser que tudo o que se diz não passa de palavras e só os olhos e as mãos apertadas ou aquele não sei o quê que perpassa...só isso vale na hora de ser mesmo preciso
Maria de Fátima, não precisas de dizer nada, irmã...
Nem eu Xaninha sei que te dizer....contigo é aquela amizade linda que ficou para sempre....e tu, e eu sabemos que estaremos sempre presentes quando necessitarmos uma da outra mesmo que uma de nós esteja noutro longe...
...eu queria dizer, mesmo que uma de nós esteja muito longe....tipo noutro país...e quanto ao dar-te na cabeça...conta comigo que isso eu farei sempre que achar que o devo fazer...mas faço-o com muito carinho e tu sabes disso.
Carlota, és sempre e publicamente bem-vinda em minha casa seja ela real ou virtual como esta.
Tens tantas provas dadas, irmã... Possa eu ser um dia para ti o esteio com que me seguraste tanta vez nos últimos tempos, acções concretas que me ajudaram a não perder o Norte.
Se houvesse dívida, nunca a poderia pagar. Mas como não há espero apenas poder retribuir um dia - embora espere também que nunca precises, lagarto, lagarto!
Enfim, isto é uma complicação mas tu corres-me nas veias, irmã, pronto.
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