segunda-feira, 10 de maio de 2010

Fascínio


Estou absolutamente fascinada.

A RTP1 está a dar, como era de esperar deste governo tão alapado aos sentires populares, entrevistas a padres, freiras e populares - desde que sejam populares crentes, claro.

Oiço as coisas mais estranhas. Estranhíssimas, na verdade.

Malta que embandeirou em arco porque o papa João Paulo I não ficou irritadísimo com a greve que impediu o seu voo para Itália sair a horas (o homem teve a honra de não parecer feliz, que era o que devia estar na realidade, tão cansado e doente como estava! Mas aparentemente, há pessoas que não têm o direito de estar cansadas...).

E tantas pessoas que supostamente acreditam num Deus de Amor e Perdão dizem com ar embevecido que "agora compreendem que Deus lhes pede o sacrifício" (alguns dos sacrifícios descritos são anos de dor e medo). Dizem estas enormidades com um ar satisfeito e olhos em alvo.

Como raio alguém racional pode acreditar que quem prega amor e perdão pode pedir também sacrifícios para nada mais que a Sua glória? Nem numa pessoa tal traço seria suportável, quanto mais em Deus...

Tenho uma fortíssima suspeita que, na realidade, nem querem saber Quem nem o que Ele prega, o que querem é sentirem-se reconhecidos como Pessoas, destacáveis da multidão. E não estarem sozinhos, claro.

Não admira nada que Hitler tenha subido ao poder. Ele e todos aqueles capazes de incendiar as mentes, curto-circuitando o raciocínio e anulando o espírito crítico mais básico. Às vezes até parece fácil.

Que tristeza, realmente. Só mesmo Deus, para amar indivíduos assim.

Hélas!

4 comentários:

Blimunda disse...

E será que ama?

Tenho fugido a sete pés de tudo quanto é comunicação social nos últimos tempos. Lamento, mas não aguento mais carnavais.

mac disse...

Desculpa, Bli, acho que estou lerdinha... Quem é que será que ama a quem?

Blimunda disse...

Que tristeza, realmente. Só mesmo Deus, para amar indivíduos assim.

mac disse...

Ah! Boa, boa, e apreciei a delicadeza.

Se alguém amar, é Ele. Se não, não há mais ninguém.

De qualquer das maneiras, a Humanidade falhou a Si própria.