segunda-feira, 3 de maio de 2010

Dança com moscas


Zarazandam pensamentos na minha cabeça como moscas no sol da sala, igualmente dessincronizados, igualmente supérfluos, igualmente incontroláveis, igualmente incómodos.

Já pendurei sacos de plástico cheios de água que brilham ao sol e, supostamente, deviam assustar de morte os intrusos, reflectindo aumentados os seus focinhos feiosos. Mas não funciona.

Tentei sprays insecticidas, muito ecológicos que não matam mas afugentam, tipo levar o meu vizinho do cimo das escadas a fazer discursos incendiados sobre a futilidade dos pensamentos zarazantes. Mas não funciona (e ainda por cima, o vizinho ficou doente com os resultados, não está habituado ao insucesso, coitado).

Tentei matá-los à fome, enrodilhados numa rotina imperturbável de horas rígidas. Mas não funciona.

Tentei ignorá-los com olímpica indiferença, como aquelas pessoas que vemos na TV a falar imperturbavelmente, apesar das moscas que lhes passeiam pela cara. Mas não funciona.

Está provado que são indestrutíveis, só me resta agora conviver com eles de forma pacífica. Isso ainda não tentei mas lá terá de ser. Que chatice.

Hélas!

2 comentários:

Mofina disse...

Apreciemos a sua companhia e maneira como “afiam” as asas!

mac disse...

Vou tentar, Mofina, a sério que sim! Tu consegues?