O sol brilha, de vez em quando. De vez em quando, chove.
E de quando em vez nem uma coisa nem outra, é assim uma espécie de chuva adiada num dia cinzento.
As crianças riem, de vez em quando. De vez em quando, choram.
E de quando em vez nem uma coisa nem outra, ficam mudas a olhar muito sérias para o mundo à volta.
A vida é boa, de vez em quando. De vez em quando, é má.
E de quando em vez nem uma coisa nem outra, é assim uma antecâmara de sentimentos contraditórios à espera de definição.
Acho que é o que que define a infância, a confiança no dia de amanhã.
Hélas!
E de quando em vez nem uma coisa nem outra, é assim uma espécie de chuva adiada num dia cinzento.
As crianças riem, de vez em quando. De vez em quando, choram.
E de quando em vez nem uma coisa nem outra, ficam mudas a olhar muito sérias para o mundo à volta.
A vida é boa, de vez em quando. De vez em quando, é má.
E de quando em vez nem uma coisa nem outra, é assim uma antecâmara de sentimentos contraditórios à espera de definição.
Acho que é o que que define a infância, a confiança no dia de amanhã.
Hélas!
2 comentários:
Parabéns pelo teu texto! Continua a ser bom acordar e descobrir estes momentos.
Aproveito para te deixar o poema que procurei, de Oswaldo Montenegro, depois de te ler.
"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Por que metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflicta em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a plateia
A outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."
Nuno: Há prendas que nos deixam sem palavras... Obrigada.
Hélas!
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