É tão fácil (mas tão fácil mesmo!) a ausência!
Praticamente chama por nós. Basta olhar para o lado, reparar no cão ou nas pedras da calçada e tumba! Lá estamos nós confortavelmente ausentes do que nos pesava tanto e agora nem nos lembramos.
Sim, pesam-nos outros pesos - mas não aquele que nos parte as costas.
Não sei o que pensar disto, certamente que não é saudável uma vida obcecada. Mas também, esquecer um peso sério por mor de 3 dedos de conversa, um bonito por-do-sol ou a complicadice da vida diária... Não me parece saudável tão-pouco.
Talvez o segredo esteja no tempo: será bom esquecer por umas horas, por mais do que isso já não será tão bom, será uma coisa mais tipo demissão.
Por umas horas, quando houver outrém que providencie uma ausência sem nota - de outro modo serão horas roubadas a um mendigo delas.
Isto é tão tortuoso como o Homem - se houver sempre outrém, nós podemos perfeitamente ir curtir para outra freguesia e o outrém que responda às necessidades... Que nós estamos ocupados a ver o por-do-sol e a viver a nossa vidinha.
Esquecendo o outrém, estragamos a nossa vida?!? Talvez. Ou talvez não, talvez estejamos apenas a fazer jus à vida, qualquer vida, vivendo-a inteira: o seu bem e o seu mal.
Afinal, do futuro ninguém sabe mas o presente está aqui agora. O que fizermos hoje será sempre o que podemos fazer sejam quais forem as circunstâncias.
O que não fizermos... Não sei mas a vida nunca volta para trás.
Hélas!