Olhai os lírios do campo: não trabalham nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, com toda a sua glória, se vestiu como um deles.
Olhai os lírios do campo e vede: metidos no campo ou no vaso horrorosamente roxo da vizinha, sem qualquer liberdade de vestir umas jeans fora de moda e uns ténis rotos. Olhai para eles mas olhai bem: não podem apanhar uma piela, bater no vizinho, correr a salvar uma filha do desespero ou deitarem-se do vigésimo andar a rir.
Olhai e tende misericórdia - uma espécie de vitamina da alma - mas sobretudo, sobretudo, olhai e tende gratidão.
Olhai os lírios do campo. E reconhecei a graça de não serdes um deles, ricamente ajaezado, ricamente agrilhoado, ricamente limitado.
Antes ser pobremente feliz e dolorosamente livre. Com umas sandálias freak, uma camisa aos quadrados, umas calças roxas com riscas azuis e a infelicidade garantida em qualquer dos ilimitados recantos do livre arbítrio.
Obrigada, Senhor, por não ser um lírio do campo.
Hélas!
3 comentários:
tá-lhe a dar, cunhada!
ómessa que cada vez mais ando a ver ca alma das gentes prega peças ao seu desempenho
mas atão...
pois não discirno(?!) onde está a cunhada colocando a contradição e esse remate agrdacendo...
ai que eu vim ter ao sítio errado
ADOREI, MAC.
Maria de Fátima, acho que não percebeste nada.
Mofina, ainda bem :)! Tks
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