domingo, 7 de setembro de 2008

Olímpicos

Estava aqui a vegetar frente à TV e vi – quando a China quer impressionar o mundo ocidental, tem os meios e a capacidade – de modo que impressiona mesmo. A abertura dos Paralímpicos foi um espectáculo belíssimo, como já tinha sido a abertura dos Olímpicos.

Mas... Não percebo os Paralímpicos, não percebo mesmo…

Se há as categorias de 100, 80 e 50 Kg, qual é a dificuldade de adicionar os sem-uma-perna, sem-um-pé, sem-um-braço ou outra categoria qualquer, qualquer que seja a modalidade? Qual é o problema em ter os 100 m para pessoas que vêem e 100 m para quem não vê?

Porquê este separatismo - uns Jogos para uns, outros Jogos para outros?

Já tive esta discussão com algumas pessoas e é ponto assente que não tenho pinga de sensibilidade para estas coisas. Seja .

Mas há lá discriminação maior que uns jogos especiais, com uma pira olímpica especial, em data especial?... Porque diabos não se consideram os deficientes como são: pessoas normais com um constrangimento qualquer, como não ter 100 kg?… Eu peso 55 e sou altamente pitosga, não me passa pela cabeça competir, num desporto em que isso tenha importância, com alguém que pesa 100kg e tem uma visão 20-20… Se competir quero fazer isso entre iguais ou seja, pessoas em igualdade de circunstâncias onde essas circunstâncias sejam relevantes.

Diga-se de passagem, outra coisa que não percebo de todo é a existência das categorias macho e fêmea no xadrez. Se ao menos a contagem de neurónios fosse diferente em alguma das categorias!...

E com estas me vou por 2 semanas.

Hélas!

3 comentários:

Anónimo disse...

Graças a Deus não sou a única!! Já me começava a preocupar seriamente com a minha própria sáude mental... Este assunto de discussão deu panos para muitas mangas com a minha cara metade; eu também não percebo os paralímpicos... também acho que, quem quer competir deve poder competir independentemente dos constrangimentos pessoais que tiver... e se ficar em último lugar porque a perna é de pau, qual é o problema? Corre certamente mais do que eu que tenho duas pernas em perfeito estado de conservação! Quando muito, o que talvez me fosse possível considerar era em cada modalidade "reservar" alguns lugares para os tais constrangimentos... mas mesmo isso não seria muito lógico, até porque sempre fui absolutamente contra qualquer tipo de discriminação e, seja ela positiva ou não. Mas enfim, vivam os tempos. Afinal pão e jogos é que o povo continua a querer...e se para prolongar os eventos se arramjam maneiras de duplicar o que devía ser um evento só... enfim pelo menos, já não me sinto tão "marciana" como tu dizes.

Anónimo disse...

oups, a gana era tanta que os arranjos ficaram com m, e o devia com acento...

mac disse...

ana c Olha, não sei se percebeste exactamente qual era a minha sugestão: não era por o tipo da perna de pau a concorrer com os de 2 pernas de carne, era criar a categoria "perna-de-pau" em que os corredores tinham todos uma perna de pau... E criar a categoria "pernas-de-mola" para todos os que correm como o Pistorius; exactamente da mesma maneira que se separam os tipos de 50, 80 e 100 kg, em categorias onde isso é relevante. E não deixo de me aperceber que será difícil um cego correr mais que o tipo que vê e vai ao lado dele para o guiar. Enfim... De uma maneira ou de outra, sou contra toda a discriminação, negativa ou positiva.

Hélas!