segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Infância

Não sou daquelas pessoas que julgam que as crianças são seres frágeis; antes pelo contrário, julgo que são mais fortes e resistentes que qualquer adulto - embora ou se calhar por isso mesmo, tenham também muito menos defesas.

Também não sou daquelas pessoas que julgam que um assalto ou um desgosto deixa as crianças traumatizadas para sempre, medrosas e/ou maldosas para o resto da vida; pelo contrário, julgo que as crianças têm uma capacidade de renovação impossível a um adulto cristalizado - embora ou se calhar por isso mesmo, também tenham um espírito crítico muito pouco sofisticado.

Dito isto, há uma coisa que considero verdadeiramentes irrecuperável, qualquer que seja a criança ou o ambiente em que se move, antes, durante ou depois: a leveza de espírito de quem se sente real e incondicionalmente protegido e amado. Perdida uma vez, acho que nunca mais é recuperada essa inocência.

Outras características fantásticas da infância, devidamente acauteladas e nutridas, poderão sobreviver ou mesmo renascer, dando frutos. Mas a verdadeira inocência de quem não concebe o Mal cru, essa nunca se recupera. É como perder um braço: há próteses fantásticas mas nenhuma de compara ao original.

Não sei até que ponto esta inocência infantil é importante no passado de um adulto decente e equilibrado, sei apenas que quanto mais cedo se perde mais cedo se inicia a vida pesada e responsável...

Sim, há perdas definitivas.

Hélas!

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