terça-feira, 23 de setembro de 2008

Tristeza

Doi-me a alma.

Que fazer, quando alguém a quem amamos está sincera e totalmente convencido de algo que nunca aconteceu? Algo repreensível?

Não há (nunca haverá) prova suficiente para nos convencer que estamos enganados quando o erro é gerado na nossa própria cabeça. Pode-se ver escrito, preto no branco e pela nossa própria mão que a coisa não foi assim mas isso não resolve nada: é que mais depressa se acredita numa conspiração mundial que no engano do nosso próprio cérebro: faz parte da natureza, cujas necessidades de sobrevivência assentam na confiança nos nossos sentidos e na nossa mente...

E a Natureza é sábia porque o contrário seria uma dor insuportável com um suicídio a prazo - não o desejo a ninguém, muito menos a quem amo. As únicas coisas que poderiam ter efeito são conhecimento, confiança e amor; mas a existência desta tríade evitaria a falsa construção mental em primeiro lugar. Feita esta não há solução, acho eu.

Eu sei disto e por isto o amor permanece inteiro - e é por isto que me doi a alma. Por isto e por não ser possível fazer desaparecer a dor alheia - pois, não é só a mim que doi; a quem está enganado, embora esteja enganado, também doi e muito - e a dor é bem real, não tem nada de enganado.

Hélas!

2 comentários:

Anónimo disse...

Tudo na ida tem solução e um caminho...

mac disse...

Maria Tarot: Obrigada.

Eu sei que tudo na vida tem solução e caminho; não tenho qualquer desespero, indecisão ou insegurança sobre isso. O que tenho é uma grande tristeza.

A solução e o caminho existem sempre mas por vezes são demasiado exigentes para quem já gastou as forças que tinha, a viver. Caminho para onde?...

E o amor... Ah! Só tem poder balsâmico quando apercebido.

Hélas!