Factos da vida humana:
- Todos temos fragilidades - não as mesmas nem no mesmo número, mas toda a gente as tem;
- Quando são pressionadas, estas fragilidades podem provocar pensamentos, acções e reacções irracionais, exageradas e até maldosas - normalmente frutos da fragilidade ferida e da nossa reacção à dor, não da situação em si mesma;
- É muito difícil, por vezes mesmo impossível, reconhecer estes factos quando nos dizem pessoalmente respeito; mesmo mais tarde e já fora da situação, é raro termos a capacidade de analisar pensamentos, palavras e actos de uma forma objectiva e racional;
- Uma reacção inconsciente de auto-protecção muito comum a solicitações às quais não temos condições emocionais para responder é: "...eu não consigo responder a isto como devia... Mas não, não devo nada porque fulano é um grande malandro e não me merece este esforço".
Resta-me reconhecer que, sendo eu uma pessoa como qualquer outra, tenho exactamente estas mesmas limitações. Só posso dizer que nunca fechei uma porta, nunca me recusei a falar com alguém, nunca desliguei um telefonema na cara de uma pessoa e nunca retirei uma oferta de ajuda que tivesse feito a alguém - mas podem crer que já me apeteceu muita vez. Nem sei se isto é alguma virtude mas sei que muitas vezes é difícil.
"E então, onde queres tu chegar, quem são esses malandros contra quem estás a perorar?", perguntará alguém mais pachorrento.
Olhem, estou tão cansada que só quero mesmo é chegar ao sono da noite. Os malandros de hoje serão os heróis de amanhã, os heróis de hoje serão tanta vez malandros amanhã!
Apeteceu-me simplesmente desabafar em público, que a idade é tramada e eu estou cada vez mais desavergonhada .
Hélas!
9 comentários:
É verdade Mac! Mas há alguns de vidro bem durinho!Bom descanso!
Alferes, é bem verdade. E agora fiquei a pensar: se for de vidro bem durinho, será que isso significa que é também casmurro, cego, surdo e inamovível?
Ora batatas, só coisas que me ralam.
ora minha linda!!! o vidro tem dias quero eu dizer que aparenta mais do que a pedra que lhe embate....dependendo do ângulo e da velocidade...
e eu is dizer apenas um abraço , mas sabes...a palavra...
Estive a pensar Mac... Não se ria, de vez em quando também penso! Mas dizia eu, que gosto muito de vidros: cristais, vidrinhos, vitrais, vidros espelhados, vidros temperados... mas a verdade é que, embora goste muito dos vidros frágeis (acho alguns fabulosos), são aqueles que mais evito. Tenho medo que se partam. Os mais fortes, que acho menos bonitos, são os que tenho sempre à mão. Resistem e não corro o risco de os quebrar. Pelo menos não com tanta facilidade. Mas são igualmente belos!
Gostei muito
um abraço
Não raras vezes me pergunto o que valerá mais: o sofrimento de uma vida vazia ou uma vida cheia de sofrimento? Mac, o homem é de mármore.
Quer dizer? Há pedras duras de roer e ossos cansados de esperar...
beijo
Maria de Fátima, acho que nem te cheguei a dizer, de modo que vai agora: Parabéns.
Alferes, eu também gosto de todos os vidros... A única chatice é que se partem, normalmente quando não nos dá jeito nenhum...
Luis, obrigada.
Blimunda, haverá diferença subjectiva, entre sofrimentos? Sim, pode ser de mármore. O mármore também se parte, não é?
Mofina, bem verdade.
A todos, obrigada pelo carinho persistente, ajuda e não é pouco.
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