Estive para aqui a matutar e cheguei à conclusão brilhante de que, ao contrário do que dizem, a vida não é um carrossel. A vida é um cavalo sem freio. Ora corre, salta e espinoteia ora anda indolente e lerda, ora pára e não há quem a arranque do mesmo sítio.
Com vontade, jogo de cintura e pernas e persistência, às vezes consegue-se que vá na direcção geral que se quer; mas nunca estamos livres de uma súbita mudança, por causa duns arbustos apetitosos…
Sim, porque a vida tem vontade própria, reage à sua maneira à paisagem que atravessa; e nós, a cavalo dela, que remédio temos senão ir para onde nos leva… E tentar, uma, e outra, e outra vez, levá-la para onde queremos ir.
Às vezes, é um entusiasmo enorme por se ter conseguido finalmente atravessar um bosque, uma alegria, um exultar! Outras vezes o cansaço e o desânimo levam-nos a apoiar a cabeça na crina farta e deixar a vida fazer o que quiser, sem querer saber que a ausência de acção é também ela uma acção…
Hélas!
porque uma Folha já está escrita.
Agradece-se adubo, chuva,
caça às ervas daninhas
e outros subsídios
domingo, 18 de janeiro de 2009
Filosofia cavalar
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13 comentários:
Mac, eu não consigo mesmo domar este cavalo que me tem atirado muito ao chão nestes últimos anos. Como ser melhor cavaleira?
Pode ser um cavalo do carrocel, vamos em cima dele mas anda sempre à roda e não saímos do mesmo sítio.
Saphou, e eu sei?!? Acho que o segredo é assumir que não é domável e saltar-lhe para cima outra vez à mesma, mas francamente, eu não sei... Ando a tentar descobrir, se é que há alguma coisa a descobrir.
Álvaro, sempre à roda e sem sair do mesmo síto? Nãããã... À roda talvez mas os sítios são sempre diferentes, acho eu.
Só vejo neste texto uma imprecisão. É uma égua! Os machos não são capazes de tanto capricho!
... a mim pareceu-me mais a descrição de um burro.
Não?...
Blimunda,ora pois, dou-lhe toda a razão, é uma égua. Embora haja cavalos que peçam meças, e alguns ganhavam.
Marques Correia, um burro?!? Eu sei que, ao contrário do nome, são bichos espertos e cheios de personalidade, mas porquê um burro? Por causa da sua proverbial teimosia? Bom, se calhar tens razão. Poderá ser uma burra? Que, além da teimosia, tem também uns humores lunares abstrusos?
Um burro precisamente pela teimosia que descreves e pela "mania" de ir por onde quer ou de ficar, se para aí estiver virado.
Contrariamente, o cavalo, tão apreciado em detrimento do jerico, segue para onde o seu cavaleiro muito bem entende, anda de lado, ó p'a trás, relincha e mostra a dentuça na mira de um torrão de açúcar, sem sombra de personalidade e sem a mínima manifestação de réstia de livre alvedrio.
Uma verdadeira cavalgadura...
Mac, há novidades nos discus...
Que importa se é burra ou égua. O que importa é voltar a montar quando nos deita ao chão. Doa o que doer!
Amiga, veja se aproveita a chuvinha e descansa no fim-de-semana, quéssa vidinha de trabalho não deve estar a ser pera doce!
Beijo
MAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAC!
Marques Correia, acho que tens razão!
Alferes, embora nem tenha dito nada, eu vi: o pbl esmera-se... mas obrigada pelo aviso!
Penso que de uma forma ou de outra, as coisas estão a encarrilar em novo rumo e dentro em pouco estarei novamente funcional, mesmo que com menos tempo que antes... Mas tenho de reentrar neste círculo que me é tão querido e voltar às nossas conversas, que me fazem falta.
Obrigada pelo chamamento, ajuda!
Blimunda, a vidinha de trabalho não ajuda mas não é a causa das coisas, que com trabalho posso eu bem - o que me deixa knock out são as pessoas... E quem me ajuda a levantar são também as pessoas, incluindo as virtuais.
Obrigada!
Subescrevo a tese da filosofia cavalar.
Qual carrocel qual quê...
jg, ora pois, o carrossel é um conto de fadas.
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