segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Home, sweet home



Nesta semana em que fui tão tranquilamente feliz, o improvável sorriu também e a água do mar esteve a uma temperatura compatível comigo, o que não acontecia há anos e anos. Assim, passei a semana também com abraços ternos e brincalhões de espuma, numa alegria serena em que me esqueceu a saudade.

Permiti-me reviver a segurança infantil, a invencibilidade adolescente, a persistência adulta... Chego inevitavelmente à gratidão da idade madura.

Sou abençoada. Por vezes esqueço-me, a memória é traiçoeira principalmente com estas oferendas divinas - mesmo sem querer, acabamos por interiorizar algo dessa falsidade perversa do "não há almoços grátis".

Mas hoje não. Hoje lembrei-me que sobre aquilo que me foi dado sem trombetas, nunca nada me foi pedido em troca, nunca nada me foi exigido, nunca nada me foi cobrado, nunca nada me foi relembrado.

A minha vida prossegue à sombra dessa proteção inexplicável e, particulrmente hoje não sei porquê, sinto-me infinitamente agradecida.

2 comentários:

AC disse...

É verdade, não há almoços grátis. Mas há almoços que se pagam por antecipação. Parece-me a mim que a semana que passou foi apenas um pequeno sinal do reembolso que deves ter a haver.
Nada mais seria que divina (e poética) justiça.
bj

mac disse...

Nada tenho a haver, é o teu coração generoso que não sabe contar, menina...

Não te deixes enganar, há mesmo almoços total e completamente grátis, lanches e jantares também, é por isso que se diz que a vida é injusta.