quinta-feira, 1 de julho de 2010

Da natureza humana


Uma frase na passada do meu próprio discurso cá me ficou a moer lentamente: "um lama não pode fugir à sua natureza, não é?"

E um homem, pode fugir à sua natureza? Aliás e antes disso, qual é a natureza do Homem? Porque, enfim, hoje uma pessoa pode fugir à sua natureza de homem tornando-se mulher e vice-versa, não é esse o tipo de natureza de que estou a falar.

Será o homem de natureza racional? Se sim, será alguma vez capaz de deitar determinadamente essa natureza para trás das costas e ser total e conscientemente emocional?

Se for de natureza emocional e instintiva, poderá tornar-se racional e ponderado?

E se um homem for um misto de racional e emocional tão intrincadamente emaranhados como uma meada de lã com que o gato brincou? Se for esse o caso, como diacho pode ele fugir à sua natureza? Será humanamente possível transformar uma lasanha à bolonhesa em esparguete simples com molho à parte?

De uma coisa tenho a certeza: se o quiser de facto, se o quiser no seu inconsciente, o Homem (sentido lato, meninos, sentido lato) faz o que quiser fazer desde que não viole as leis da física. Pode sair destruído e irreconhecível da experiência mas consegue fazer.
A questão põe-se portanto, na pergunta: pode o homem querer no seu inconsciente algo contrário à sua natureza?

Isto é só coisas que me ralam.

Hélas!

6 comentários:

privada disse...

mas asir irreconhecivel pode ser o objectivo, não há mudança, crescimento, amadurecimento, sem CAOS

mac disse...

Não há, privada? Discordo, acho que se pode crescer sem ruptura e sem caos.

Mas a questão primeira permanece: pode o homem querer no seu inconsciente algo contrário à sua natureza?

Blimunda disse...

Não.

mac disse...

Achas, Bli? Não estou assim tão certa... Acho que o homem pode querer qualquer coisa, não definida na sua natureza.

Mas que será mais complicado, isso sem dúvida

Blimunda disse...

E quando é que podemos dizer que a natureza do Homem está definida? Quando nasce, quando termina o ensino básico ou quando dá entrada no lar de terceira idade? Julgo que a natureza animal e, dentro desta, a humana está em constante mutação, tal como a vegetal. E se determind impulso, reflexo ou vontade, nunca antes sentidos de repente se fizerem sentir é porque passou a fazer parte dessa natureza. Não será?

mac disse...

Sim, concordo, está em constante mutação. Mas em determinado momento é esta e não aqueloutra e mesmo assim, o homem pode desejar no seu íntimo uma outra coisa diferente...