sábado, 20 de março de 2010

Casamento


Parece-me que um casamento é um contrato público. Em vez das 2 pessoas envolvidas guardarem para si próprias a sua vida particular, pedem ao Estado que reconheça que estão emparelhadas; em troca, o Estado dá-lhes alguns privilégios civis.

Historicamente este contrato era celebrado com 2 pessoas de sexo oposto por motivos tanto religiosos como práticos (era necessário ter alguma segurança para as crias que andavam pelo mundo; aliás, a religião, em muitas e muitas coisas, foi sempre uma eficaz maneira de obrigar as massas ignaras a terem hábitos saudáveis, como lavar as mãos e tomar conta dos seus dependentes).

Já há muitos anos que nada disto faz sentido: o Estado é laico e toma, melhor ou pior, conta das crianças; a educação básica é obrigatória e as coisas simples como limpar o rabo e tomar banho são impingidas às criancinhas sem apelo ao sobrenatural.

Agora os/as maricas querem não ser excluídas dos tais privilégios civis e regulados pelo Estado. É normal, também os pretos lutaram para se sentar no autocarro, as mulheres lutaram para poder votar, etc, etc, etc - a boa e eterna luta dos excluídos para serem incluídos.

Não compreendo porque é este assunto tão controverso mas também nunca compreendi porque é que os maricas (mais eles que elas) mexem tanto com as pessoas do seu sexo que não são maricas. Por vezes, parece que têm receio que aquilo se lhes pegue... Ou será outro o receio?

Hélas!

16 comentários:

kika disse...

quando à pergunta final, acho mesmo é que alguns tem medo de experimentar e ficar a gostar.

mac disse...

Ora pois, Sam, tirou-me as palavras da boca... Alguns e algumas. Embora a boca corrente do "chegaste-te à parede" seja fantasticamente machista, a verdade é que há imensa malta com estes quiprocuós, não pode ser só isso.

Marques Correia, hã?

Fátima Santos disse...

às vezes adoro a pontuação simples sem as palavras a mascarar-lhe a intenção

mac disse...

Maria de Fátima, hã?

jg disse...

O grande, único e derradeiro problema em entender e aceitar, ou não, estas paneleirices, passa por assumir que sexo é algo completamente diferente para homens e para mulheres.
Para uns, sexo é primordial, para outros, sexo é acessório.
Tão só.

Blimunda disse...

Acho fantástica a capacidade que algumas pessoas, sobretudo os homens, têm de se baralharem todas com os significados das palavras Sexo e Sexualidade.

Blimunda disse...

Porque, a homossexualidade masculina e a sua assunção social destrona o homem do seu púlpito de eterno e soberano macho - Onde há galos não cantam galos - Não faz sentido, ou faz?

privada disse...

antes deles estava o grupo minoritario da prostituição, cuja a natureza do acto e antiguidade da practica, ainda não fundamentou legislação que pudesse defender essas pessoas, carenciadas em saude, em direitos.

ok aprovaram casamento para nao serem descriminados, mas porke, costumam andar a dizer com kem dormem a desconhecidos?

a educação e formaçao é ke deve ser contra a descriminação, o casamento sempre foi uma descriminação, principalmente para as mulheres antes do 25 de abril.

privada disse...

é estranho ke agora se utilize o msm metodo para a inclusão , não é estranho, é de partir a moca a rir :-)))))))))))
e das feministas, ei eu é ke curto a defesa do casamento de homosexuais por feministas :-)))))))

privada disse...

o meu paizinho só me deixa namorar o moço se eu casar, eu nao kero casar, embora admita ke para os gyus tal seja uma forma de inclusão.

Bah :-)))))))))))) A sério nao é de partir o coco a rir, eu nao sei nao sou bem dessa epoca, mas parece ser hilariante

se casar vou ser aceite! :-)))))
Só é guy se casar com o meu filho, está a ouvir!

Ok pronto.

mac disse...

Não se trata de aceitar qualquer paneleirice, jg, trata-se de não querer impor a outros a nossas próprias paneleirices... Tira algum bocado aos hetero casados que os homos se casem também?
Os entendimentos dispensam-se - eu não entendo 3/4 da nossa raça.

Bli, o casamento não está directamente relacionado com sexo ou sexualidade, da mesma maneira que não está directamente relacionado com filhos, isso são laivos do passado.
Acho que o verdadeiro problema é não queremos cá gente diferente de nós. Como quase sempre, aliás.

Blimunda disse...

Eu sei, Mac, mas há muito quem não saiba. E não é preciso ir muito longe na caixa de comentários para identificar os baralhados.

mac disse...

privada, acho que os/as prostitutos/as se deviam poder estabelecer legalmente e pagar impostos e segurança social...

A civilização da raça humana continua a ser um ténue verniz, por isso é que há legislação e polícia armada capaz de a impor. Não nos podemos fiar nela!

Eu não sou feminista, tanto detesto o clube de "menina não entra" como o do "menino não entra".

privada disse...

Nao estou dizendo que Mac é feminista, estou chamando sua atenção, para um facto ke me ocorreu na leitura de seu post.
Veja, até há bem pouco tempo, não existia conceito casal, o matrimonio era uma relação quase unilateral, foi preciso muita luta para a igualdade no casamento, e maior luta ainda pela quebra do rigor deste conceito, e sobretudo que este deixasse de ser exigencia, requisito social.

Dai, k nao deixe de ser comico, k os homosexuais usem essa situação para lutar pela sua igualdade.
Quase como um regresso ao passado, mulher casada / mulher honrada.
Durante anos lutamos para que o casmento não perpetuasse relações de estupidez por mero capricho social, mas afinal houve sempre ke desejasse casar para impor a sua respeitabilidade externa.
É ke das 2 uma, ou casamento é o tal marco social de referencia cristã e como tal nao permite homosexualidade, ou é regabofe porke lutamos ha muito e a luta dos homo nao faz sentido.

Se é um mero contrato, tbm nao é luta. Tem a unica vantagem de sendo aceite pelo casamento, proteger nossos jovens homosexuais no futuro. E esse nunca foi o argumento, pk implicava ke casamento fosse akela cena social mt respeitada



Ou entao , e é bem provavel, já estou a divagar.

Marques Correia disse...

,,,pois, mas o que eu gostava mesmo de ver (até ia pegar no véu e levar as alianças) era um casamento entre um gay e uma lésbica.
Será mariquice minha?...

mac disse...

Claro, privada! A luta é, como sempre, para que não seja obrigatório o que a gente não quer e seja possível o que a gente quer.

Quando não é assim, há luta da boa.

Marques Correia, why not? Por exemplo se fossem amigos ricos que queriam deixar ao outro a sua fortuna...