- Todos temos fragilidades - não as mesmas nem no mesmo número, mas toda a gente as tem;
- Quando são pressionadas, estas fragilidades podem provocar pensamentos, acções e reacções irracionais, exageradas e até maldosas - normalmente frutos da fragilidade ferida e da nossa reacção à dor, não da situação em si mesma;
- É muito difícil, por vezes mesmo impossível, reconhecer estes factos quando nos dizem pessoalmente respeito; mesmo mais tarde e já fora da situação, é raro termos a capacidade de analisar pensamentos, palavras e actos de uma forma objectiva e racional;
- Uma reacção inconsciente de auto-protecção muito comum a solicitações às quais não temos condições emocionais para responder é: "...eu não consigo responder a isto como devia... Mas não, não devo nada porque fulano é um grande malandro e não me merece este esforço".
porque uma Folha já está escrita.
Agradece-se adubo, chuva,
caça às ervas daninhas
e outros subsídios
domingo, 25 de janeiro de 2009
O Homem é de vidro
domingo, 18 de janeiro de 2009
Filosofia cavalar
Estive para aqui a matutar e cheguei à conclusão brilhante de que, ao contrário do que dizem, a vida não é um carrossel. A vida é um cavalo sem freio. Ora corre, salta e espinoteia ora anda indolente e lerda, ora pára e não há quem a arranque do mesmo sítio.
Com vontade, jogo de cintura e pernas e persistência, às vezes consegue-se que vá na direcção geral que se quer; mas nunca estamos livres de uma súbita mudança, por causa duns arbustos apetitosos…
Sim, porque a vida tem vontade própria, reage à sua maneira à paisagem que atravessa; e nós, a cavalo dela, que remédio temos senão ir para onde nos leva… E tentar, uma, e outra, e outra vez, levá-la para onde queremos ir.
Às vezes, é um entusiasmo enorme por se ter conseguido finalmente atravessar um bosque, uma alegria, um exultar! Outras vezes o cansaço e o desânimo levam-nos a apoiar a cabeça na crina farta e deixar a vida fazer o que quiser, sem querer saber que a ausência de acção é também ela uma acção…
Hélas!
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
O ano da graça de 2009
Eu não sei se de facto está, mas este ano parece enguiçado e ainda só vamos a meio de Januarius.
Uma vez houve uma bruxa numa feira que não me quis ler a mão, será que viu lá o ano da graça de 2009 e não me quis alarmar? Na altura pensei que a velhota se tinha esquecido dos óculos na roullotte e teve vergonha de o dizer, mas agora já nem sei.
Ando a faltar às aulas dos meus estudos superiores, será que chumbo ou passo administrativamente? Tenho que mandar um leitãozito ao júri, pode ser que ajude a tomar uma decisão, em vez de ficarem a olhar uns para os outros com ar de parvos.
Ora batatas, só coisas que me ralam.
Hélas!
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Frio
Sopra um vento frio de Norte,
ou pode ser de Sul, sei lá,
Mas sei que sopra e que é frio.
Conduz as tombadas folhas
Num insensato bailado
vazio de sentido e de vida.
Gela o que pode gelar.
Varre o que pode varrer.
Mata o que pode matar.
Sopra um vento frio de Norte,
E eu que estou sem casaco!
Hélas!
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Prioridades
Valores mais altos se alevantaram e ando sem disponibilidade mental para qualquer outra coisa além de quem me preocupa e de quem me apoia e conforta...
Lamento; peço desde já desculpas a quem me segue e a quem eu sigo mais ou menos activamente nesta existência digital - uma existência simultâneamente real e virtual; adoro esta dualidade, confesso - mas a minha presença, nos tempos mais próximos, será fatalmente limitada ou nula.
Paciência. Amanhã é outro dia, são 24 horas inteirinhas para mudar o curso à vida. Ou mantê-lo.
Hélas!
sábado, 3 de janeiro de 2009
Estudos superiores
Andamos sempre tão emaranhados no passado (recente, muito recente, claro, que mais curto que a memória só mesmo a gratidão) e no futuro (próximo, muito próximo, claro, que mais curto que uma previsão só mesmo uma boa intenção) que nos esquecemos muitas vezes de gozar o dia na exacta altura em que passa.
Porque sou muito esperta e percebi isto, ando a estudar a arte de apreender o momento que passa; no futuro estarei habilitada a aproveitar o dia, embora agora não tenha tempo para isso porque no passado fui parva e não estudei a coisa.
Hélas!
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Incoerências
O cristão devoto dá uma tareia ao ladrão da sua casa, em vez de o convidar a entrar e oferecer-lhe duche, cama e mesa. Depois se calhar vai confessar-se, pedir a absolvição. Embora no íntimo saiba que voltará a fazer exactamente o mesmo se tornar a acontecer, e sabendo embora que assim não o pode ser, acredita que foi perdoado.
o Manel refila com o polícia que o impede de estacionar onde lhe apetece e refila a seguir com a ausência dum polícia que impedisse a Manela de estacionar onde lhe apeteceu.
O muçulmano que forra o sobretudo com bombas para ir explodir a escola berra indignadíssimo contra a brutalidade da coisa, quando uma bomba lhe entra pela janela.
O Jaquim vocifera impropérios ao condutor do carrito que se lhe meteu à frente mas farta-se de rosnar quando quer entrar numa faixa e não lhe dão passagem, e mete-se de chofre.
A raça humana é um contra senso. Os seus elementos elogiam a civilidade, continuam na idade da pedra, do pau e da moca e julgam que são donos da razão absoluta.
Excepto eu, nunca eu. Eu sou a excepção que confirma a regra, como é óbvio.
Hélas!
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
2009
Passei o ano a dançar, como manda uma já longa tradição. Não comi passas porque não gosto e sou céptica, mas à meia noite brindei com champanhe "à nossa!" com quem já me atura há já montanhas de tempo.
Telefonei à cria fora de tempo, porque a network is busy, rais parta a rede móvel. Estou cansada, zumbem-me os ouvidos com a música demasiado alta e doem-me os pés por falta de prática. É tarde, mas não tenho sono. Estou feliz.
Hoje é o primeiro dia de uma ano novinho em folha.Sejam felizes este ano, faxavor.
Hélas!