Por razões que não vêm ao caso, hoje e pela primeira vez na vida fui fazer um TAC. Deitei-me naquela maca estreita à beira do tubo e pensei "isto ainda vai correr mal", porque tenho um bocado de claustrofobia e imaginar-me dentro daquele estreito túnel sem espaço para fugir se me aparecesse um bicho, uma barata, mosca ou outro qualquer nojento insecto enervou-me um bocado.
Num flash imaginei-me a desatar aos gritos, rastejar de costas (será que se consegue?) para a saída, bater no técnico seco e sério que me enfiara lá dentro e fugir a correr. Que cena vergonhosa...
De modo que depois do homem me ter dito no seu ar seco "respire devagar e não se mova", eu fechei os olhos. Se o bicho aparecesse, eu não o veria e não sentiria aquela urgência inadiável de fugir (pura e simplesmente não posso garantir o meu comportamento na presença próxima de insectos; sabe Deus porque diacho me ocorria uma barata gorda, grande, castanha e luzidia, com as lindas anteninhas a cheirar o ar, a fazer o característico ruído de papel amassado e achando que a minha camisola daria um excelente ninho para as crias).
Para a frente, para trás, para a frente, para trás... Só abri os olhos quando o técnico me tirou as almofadas que garantiam a posição da cabeça.
Sorria para mim com um ar compreensivo e disse, docemente, "já acabou, pode ir-se embora". Fiquei sem perceber se a inesperada ternura se devia ao Natal ou se sou assim tão transparente.
Eu, que pensava ser uma esfinge.
6 comentários:
se és
_____finge não ser
conta até dez
com ou
100 vezes
até a barata abalar
até a tac acabar
eu conto sempre
bj
ó mãe, que medo...
Choco, já tens experiência, vejo :)
Mofina, não é medo, é receio, como dizia um dos meus sobrinhos quando era pequeno...
Além do mais, eu julgava ser uma esfinge!
TAC?!
Tomografia Axial Computorizada
:)
Nada de mais, é só para verificar quão má para a espinha é a minha postura física habitual, acho eu...
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