Lavo a vista com o meu amor eterno.
Com pouco esforço posso imaginar que o suave marulhar das ondas é uma alegre canção de boas vindas e que aquela mole imensa saúda com carinho o meu regresso a casa, ainda que por pouco tempo.
Noutra encarnação terei certamente a minha casinha à beira do mar. Serei embalada todas as noites pelo seu murmurar de tempos antigos e todas as manhãs as suas cores luminosas me alegrarão.
Quando vier a borrasca e ele se levantar em ondas terríveis de força desconhecida e indiferença cega, irei à janela para aprender como é a vida.
Quando me vier embora não trago nada comigo - tudo o que eu pudesse carregar nos bolsos seria finito, morto, triste. Não, quando me vier embora trarei apenas na lembrança aquele azul único e um som que, com pouco esforço, é uma alegre canção de boas vindas.
3 comentários:
ai que me bateu uma vontade de ter estadoa ver-te ouvir o mar...;)
suspeito que todos iremos regressar ao mar, só gostava era de ter a certeza...
Se lá estiveras ouviríamos as duas com os olhos fixos na imensidão, Fátima.
Mofina, mas para onde mais se regressa?
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