sábado, 3 de setembro de 2011

Ó mar salgado


Lavo a vista com o meu amor eterno.

Com pouco esforço posso imaginar que o suave marulhar das ondas é uma alegre canção de boas vindas e que aquela mole imensa saúda com carinho o meu regresso a casa, ainda que por pouco tempo.

Noutra encarnação terei certamente a minha casinha à beira do mar. Serei embalada todas as noites pelo seu murmurar de tempos antigos e todas as manhãs as suas cores luminosas me alegrarão.
Quando vier a borrasca e ele se levantar em ondas terríveis de força desconhecida e indiferença cega, irei à janela para aprender como é a vida.

Quando me vier embora não trago nada comigo - tudo o que eu pudesse carregar nos bolsos seria finito, morto, triste. Não, quando me vier embora trarei apenas na lembrança aquele azul único e um som que, com pouco esforço, é uma alegre canção de boas vindas.

3 comentários:

Maria de Fátima disse...

ai que me bateu uma vontade de ter estadoa ver-te ouvir o mar...;)

Mofina disse...

suspeito que todos iremos regressar ao mar, só gostava era de ter a certeza...

mac disse...

Se lá estiveras ouviríamos as duas com os olhos fixos na imensidão, Fátima.

Mofina, mas para onde mais se regressa?