Que diabo, não sou estúpida!
Li isto e aquilo, este e o outro. Ouvi este e aquele, contaram-me da outra. Meditei friamente sobre mim própria. Falei com este, escrevi àquela.
Pensei, pensei e pensei.
Não tenho soluções e se alguma coisa nasceu de tanto esforço foi constatar que há problemas que não posso resolver, ou pelo menos que não posso resolver sozinha, como gostaria.
Em consequência, constatei na prática o que já sabia em teoria: resolver problemas em companhia é muito complicado. Porque a companhia não é como eu.
Não tem os mesmos valores que eu - tem outros que eu não tenho.
Não tem as mesmas prioridades que eu - tem outras que eu não tenho.
Não tem o mesmo ponto de vista que eu - tem outros, que não são o meu.
Não vê as alternativas como eu - vê outras, que eu não vejo.
Não esqueçamos que, para a companhia, sou eu que não vê as coisas como elas são. Some-se o facto de que a companhia é superior em número e as mais das vezes não se apercebe que as discrepâncias são individuais, de elemento para elemento da companhia - não são pontos de vista comuns em discrepância com o meu ponto de vista, são pontos de vista individuais, em discrepância entre eles e que têm em comum a discrepância com o meu ponto de vista.
No fim, o problema que todos querem resolver depende da maneira como todos estes desencontros são geridos. E toda a companhia o gere de forma individual e diferente.
Uma salganhada que me custa a gerir, confesso.
Que diabo, parece que sou mesmo estúpida, afinal.
Hélas!