Apetece-me escrever mas não sei o quê.
Podia desfolhar um rol de infelicidades, chorar o egoísmo do mundo e a contingência da vida; mas não é isso que me apetece, além de que dá uma trabalheira a despersonalizar a escrita de forma a não se reconhecerem a Maria e o Manel e mesmo assim o texto ser compreensível.
Podia falar dos mecanismos de auto-defesa que se adquirem para não sofrer e não enloucar mas que diminuem drasticamente a nossa humanidade... Não, também não me apetece ir por aí, talvez outro dia.
Deixa ver, que tal um artigo cheio de humor sobre as Amazonas, que cortavam o seio direito para ter melhor pontaria com o arco? Ná, ainda me saia uma diatribe sobre a exclusão social dos canhotos.
Mais assuntos, mais assuntos, deixa ver... O abandono dos animais no verão? Já escrevi sobre isso, além de que o verão já acabou.
Incêndios? Também não, esse assunto já enjoa de tanto que se diz e tão pouco que se faz, pobres bombeiros.
A Casa Pia? Não.
A política que não existe, apesar de existirem imensos políticos? Não, hoje não me apetece gozar com isso.
Parentalidade, família? Ui, nem pensar.
Educação? Não, estou demasiado desfasada da realidade.
Amizades? Hoje não. Tenho-as, hoje isso chega-me.
O dr House? Esse é para ver, não serve para filosofar.
Burros! Sim, burros é um excelente tema. Além do Juliano Silvério ser um tipo bestial, a transversal raça burrófona tem imensos traços interessantes.
Caramba, agora que descobri, já não me apetece escrever mais - belo retrato da raça, quando vê ao longe o que tanto procurou, senta-se a descansar.
Mas os onagros ficam para a próxima vez - é um assunto fascinante, a vários níveis!
Hélas!