quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Uma vida normal


Vivi os dias como os sabia
Límpidos e puros e livres
Não sabendo nada, sabia tudo
E a Vida era simples e clara
Mesmo quando era difícil.

Mas há mesmo monstros, afinal
Escondidos debaixo da cama
Mesmo que não acreditemos neles
Rasgam com as garras rombas
Os sonhos que vivemos acordados.

Hoje não tenho certezas
A pureza há muito desapareceu
E os monstros tornaram obscura
A limpidez da certeza do Bem
E a liberdade da escolha do Mal.

Hoje os dias são-me estranhos
E os momentos fáceis da Vida
Nunca são simples ou claros
Mesmo sabendo mais que ontem
Nunca sei nada com certeza.

Hélas!

8 comentários:

Blimunda disse...

E não é que há mesmo monstros?!

Escondidos debaixo da memória!

Hélas!

Mofina disse...

Sabe sim, claro que sabe!

mac disse...

Blimunda, há sim. Terríveis.

Mofina, há medida que o tempo passa, assim me passam as certezas... Saber é ter a certeza, não é?

privada disse...

Outra vez Sidarta! Mac como sabemos essa da duvida tá em todas, no caso do Sidarta, ele chega ao fim da viagem e embora tenha compreendido mt coisa, tem poucas conclusões, e entao quando se está a apagar junto ao amigo de infancia, este amigo poem-lhe os labios na testa e de repetente ve em Sidarta todos os animais, milhares de rostos de gestos, de coisas, tudo o que faz parte da vida a sair da cara de Sidarta, embora fosse sempre a cara dele, e o Sidarta morre sem saber disso.

jg disse...

Mesmo sabendo mais do que ontem, sei menos do que amanhã.

O saber e as certezas não são como o anunciado no folheto.

Quanto mais souberes, mais infeliz serás!

Hélas!!!

mac disse...

privada, bom, é verdade que adorei o Sidharta mas até hoje não me tinha apercebido da influência... Ou será que foi por ser como sou que gostei dele?!?
Sabe-se lá mas também não interessa nada.
O que me interessa agora é a sua leitura: acha realmente relevante que o Sidharta não se ter apercebido do que via o seu amigo? Ou a relevância está no facto do amigo - desta vez - ter visto o que o outro via sempre?

Olá, jg. Eu também acho mas sabe-se lá porque tortuosidades do cérebro humano, eu não gostava de ser atrasada mental.
Idiosincrasias masoquistas - gosto de pensar nelas como doenças humanas - ficam mais dignas, sei lá...

privada disse...

Não sei se via sempre, sei k procurava sempre ver, para o amigo foi importante, mas outros tinham sido importantes para Sidarta pagou ao Govina (acho ke era assim) o ke de outros recebeu.

Jg tem razao se mais sabes, mais queres saber, infeliz não sei mas desiquietado, à margem, sim, lunatico, sim...

mac disse...

privada, discordo da lógica economicista, estritamente neste contexto.
No resto, estou de acordo...