sábado, 28 de abril de 2012

O silêncio é de ouro

Eu queria dizer-lhe que há acções que nunca terão retorno, por muito dorido, esforçado, prolongado e sacrificado que o esforço seja. O mal não está nas acções, nem na falta delas, nem na necessidade que as dita; nem sequer é mal, é apenas a natureza das coisas.

Era isto que eu queria dizer-lhe... Queria dizer-lhe que ela é só uma, dois braços, duas pernas e uma cabeça e que, se há coisas que nem um batalhão inteiro consegue, é natural que uma pessoa sozinha também não as consiga!
Queria dizer-lhe para não se preocupar tanto, para não se por em causa a si própria ou à sua capacidade de intervenção, para não se justificar perante si mesma porque as coisas são como são e, por vezes, não está na nossa mão torná-las diferentes...

Achei na altura que ela estaria farta de silêncios compreensivos, que o que queria era alguém  interessado que avaliasse aquela situação em concreto e lhe confirmasse sem indiferença que não estava a fazer nada de errado.

Mas as palavras são escorregadias, o meu discurso titubeante foi percebido como uma crítica - e nunca se consegue "desprovocar" uma dor.

Pois, perdi uma óptima ocasião para estar calada.

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