quinta-feira, 22 de março de 2012

Ora batatas!

Hoje por ele, amanhã por si...
Ajude-me, quem sabe amanhã você vai precisar também!
Por favor publicite, amanhã poderá necessitar que publicitem para si!


Que irritação sobe por mim acima, quando vejo estes pedidos de ajuda! Só não respondo à bruta porque sei que as pessoas estão aflitas e uma pessoa aflita normalmente não está em condições de avaliar este tipo de consideração.

Além disso, se uma pessoa está aflita a malta tem é de ajudar e não de pregar moral.

Mas caramba, que irritante, que vontade de responder torto! Se uma pessoa precisa de ajuda e a malta pode ajudar, claro! Mas esta ameaça velada: "ó pá, se não me ajudares vais ver, um dia vais precisar de ajuda e ninguém te ajudará e vai ser muito bem feito!", isto dá cabo de mim.

Batatas, a malta ajuda porque a pessoa precisa de ajuda! Não é por haver um qualquer contrato místico com o Universo que nas letras pequenininhas diz que tudo é para a troca.

Irra!

domingo, 18 de março de 2012

Meu Portugal


Bem, eu gostava que soubessem que tenho consciência que não percebo grande coisa das coisas, o que estudei nada tem a ver com o que faço, o que me interessa nada tem a ver com o que estudei nem com o que faço e a minha vida tem pouca coisa a ver com o que me interessa, com o que estudei ou com o que faço.

Dito isto, estou à vontade para avançar: o melhor termómetro do país reside no Metro. Nas conversas, preocupações, roupas, sacos, sapatos, auriculares, etc, que se observam no Metro. Ainda há dias ouvi um julgamento lapidar do Sócrates, pelo telelé não sei lá para quem, tia, prima, amiga?!?

"Ó pá, o Sócrates desenrascou-se o melhor que pôde, tu também não ficaste a dever o carro?"

A verdadeira pobreza de Portugal é que só há Metro em 2 cidades.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Pergunta, perguntas...


Um dia perguntaram-me se sabia qual tinha sido o melhor ano da minha vida e eu não sabia. Suponho que deve ter sido em criança, tenho uma ideia vaga que minha infância foi muito feliz.

De outra vez, perguntaram-me o que é que eu esperava da vida e eu não me lembrei de nada. Perguntassem hoje e a resposta seria a mesma... Sinceramente acho que não espero nada da vida, o que fiz está feito e para o que não fiz já é tarde.

Talvez fosse mais correcto dizer que desejo que ninguém lá em casa perca o pão nosso de cada dia ou a saúde, que nenhum daqueles que chamo de meus tenha um azar que implique sofrimento. Mas isso não são bem coisas que se esperam da vida, são mais coisas que se espera que a vida não nos dê.

Seria bom, desejar intensamente tirar o brevet, ou construir uma vida alegre num país tropical ou comprar um Aston Martin: isso traria o objectivo que vale o esforço, o motivo para levantar da cama de manhã.
Mas a mim isto não me diz nada; acho que a certa altura da vida e sem eu dar por nada, o meu espírito reformou-se e foi para parte incerta.
Nada quero para mim e aos outros apenas desejo que não necessitem de mim.

Não me interpretem mal, não tenho qualquer desejo de morrer; mas se eu morresse neste instante não ficaria nenhum sonho por conseguir, nenhuma pena pelo tempo ser insuficiente - insuficiente quer dizer que não chega para alguma coisa em que é necessário.
Dos meus sonhos, os que não aconteceram evaporaram-se e já não existem. Não necessito de tempo, pois nada há que esse tempo me possa dar.

A vida por enquanto é confortável e a companhia é boa. Gozemos a vida, então.