Há a vida que se faz e a vida que acontece.
A vida que acontece é como a beleza física, ou a inteligência ou o daltonismo: não é coisa de que se tenha vergonha ou orgulho, pois caiu no prato da sopa como a mosca, sem qualquer intervenção nossa.
Já o que se faz com o que acontece ou com o que não acontece, isso é outra conversa, claro. Como aí temos escolhas, decisões, coragens e cobardias, temos voz na matéria e podemos ter orgulho ou vergonha da maneira como vivemos o dia.
Toda a gente sabe isto, acho que é perfeitamente consensual. Mas o dia a dia acaba por ser muito comprido e uma pessoa faz tanta vez o que acha que não devia fazer, ou não faz o que acha que devia fazer...
Claro, a culpa é dela, dessa vidinha malandra. Nós somos completamente inocentes!