segunda-feira, 25 de abril de 2011

Desaparecimento à beira mar


O homem desvaneceu-se no éter.

Quando se pergunta por ele obtém-se a resposta gasta do "tem muito que fazer", embora ninguém o veja nem oiça na sua fazedura.

A malta fica na dúvida se lhe deu o Tau e não fala com ninguém, se teve um acidente secreto e está incógnito no Hospital ou se de facto é tão dedicado ao dever que nem vai a casa tomar banho.

O Poe não faria melhor.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Páscoa, 2011


Neste país falido e crivado de dívidas, onde há tanto tempo se vive acima das possibilidades, há 2 feriados que proporcionam 4 dias seguidos de repouso.

É pouco; os senhores que mandam dão de imediato mais meio dia de lazer, por acréscimo. O povo está tão cansado... Além do mais, há eleições à porta.

E assim há mais tempo para se consumir o que não se produziu. Se faltar o pilim, pede-se emprestado, ora! Qualquer banco junto de si lho empresta com um sorriso.

Isto é só coisas que me ralam.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Pontos de vista

Apesar de estar em casa há uma semana, não se pode dizer que tenha estado a olhar para o ar.

Antes pelo contrário.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Coisas


Há coisas
Coisas que andam aí,
Coisas que sangram ali,
Coisas que não sei contar.

Há coisas
Coisas que parecem cetim,
Coisas que doem assim
E que não querem parar.

Há coisas
Coisas que ferem e mordem
Coisas que sangram e doem
Coisas que não sabem falar.

Há coisas
Coisa que riem contentes
Coisas que vão nas correntes
Coisas que não posso contar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Data

Mais um para a minha colecção.

Hoje foi... Estranho. Até porque não sei se dê vivas ou condene ao Inferno as novas tecnologias - terei assim tantos amigos?

Mas na conta geral, foi bom. O jantar, então, foi óptimo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Irritações


Há coisas que me irritam, santo Deus, e como me irritam!

Tomarem-me por parva é uma delas. Apostarem no meu primo Alzheimer é outra.

Gosto imenso do Alzheimer, é um tipo catita. Mas tira-me do sério, o pessoal a sorrir com ar inocente quando me dizem que deram o recado a "alguém da família", como se não conhecessem o Alzheimer de lado nenhum.

Como se não soubessem da batalha de morte que grassa no quintal. Malandros. Energúmenos. Filhos de um diabo menor.

Se eu pudesse, matava o Alzheimer, isso matava. Apesar de ser pacifista, abria uma excepção e esfolava o tipo. Fica-me com os recados todos, o estupor.

domingo, 3 de abril de 2011

Caminhos

Perdi-me, algures no tempo. Agora não encontro o caminho, há muito que pássaros e formigas digeriram as migalhas.

Há que construir outro caminho, tem de ser. Acho que ainda sou capaz.

O único problema é que sei de onde vim mas não faço a mais pálida ideia para onde quero ir. A minha única certeza é de quem quero que vá comigo.

Isto é só coisas que me ralam.