quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Blá, blá, blá...


Toda a gente sabe que há pessoas que falam pouco. Porque é que falam pouco, isso é outro tratado... Há algumas que são tímidas, outras têm a paranóia do segredo, outras ainda têm pavor que alguém saiba a sua opinião... Toneladas de razões, todas muito diferentes.

Também toda a gente sabe que há pessoas que falam muito; e também para estas as razões são infinitas: há quem tenha receio do silêncio, quem só se sinta bem a fazer publicidade a si próprio, quem tenha sede de ser ouvido, etc, etc, etc - é quase cada vida cada razão.

E também toda a gente sabe que há muita gente que nem é duma qualidade nem da outra: falam muito de vez em quando e falam pouco de quando em vez.

O que há poucas pessoas a saber é que há gente que pensa em voz alta e fala em silêncio.

Hélas!

Objectivos


"- O objectivo do homem é ser feliz.", atiraram-me com esta, um dia.

Dá-me uma certa vontade de rir: só mesmo o Homem, para ter como objectivo uma impossibilidade! Mas claro, de vez em quando somos realmente felizes...

Se calhar ficamos viciados, prontos a tudo na busca de mais uma dose.

Hélas!

domingo, 27 de setembro de 2009

Milagres


Há qualquer coisa de mágico numa vida que se renova; é por isso que toda a gente gosta de bebés, sejam eles humanos, animais ou vegetais. Um bebé é a prova concreta que o mundo não acabou sem nós darmos por nada.

Por outro lado um bebé, apesar de coisa nova, é igualmente tão velho como a vida, pelo que a sua existência é também uma espécie de compromisso da Natureza que o mundo na sua essência se mantém compreensível.

Adicionalmente, o bebé com a sua fragilidade de recém-chegado a este vale de lágrimas, necessita de cuidados dos que já por cá choram e esta necessidade revitaliza a utilidade dos mais velhos, muitas vezes permitindo-lhes reencontrar o sentido da vida que perderam pelo caminho, afogado pelas mágoas do dia-a-dia.

Quem tem filho(s) sabe disto instintivamente, mesmo sem estas secas considerações. Quem já adoptou um animal bebé também, assim como quem já teve animais a nascer em casa. Os Jardins Zoológicos sabem-no perfeitamente, há anos. Os agricultores, ou quem tem uma horta, também.

Podem não ter escalpelizado a coisa de forma tão seca mas conhecem perfeitamente as promessas e consequências de uma nova vida, todos eles.

A mim nasceu-me um ananás, que querem? Quero lá saber que o Socas tenha ganho as eleições! Isso era de esperar, inesperado e mágico é ter um ananás no quintal. E não me venham com discursos eloquentes acerca da importância da política na vida-de-todos-nós. A importância das coisas não tem rigorosamente nada a ver com milagres.

Hélas!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Life finds a way


As imagens tornam sempre tudo muito mais lento mas não resisti: tem fruto!!!!

Quem diria que o ananás que comi aqui há 5 anos, aliado à mania que tenho de fazer sobreviver as folhas opulentas mas minimalistas daria nisto?!? Caramba, quase me saíram os olhos das órbitas quando, afastado o matagal do jardim - casas onde não se vive, sabem como é... - vejo este filhote orgulhoso e prometedor!

Não há dúvida que o futuro é sempre uma incógnita.
Se me tivessem dito que a bela planta da sala que se tormou demasiado grande daria nisto, eu não tinha acreditado. Plantei-a no jardim porque a salvei do lixo, porque é bonita e porque na sala já ocupava demasiado espaço com as suas folhas aguçadas. Claro que esperava que sobrevivesse mas na realidade sem muita fé pois, como disse antes, é uma casa onde não se vive, visita-se.

Mas voilá...

Hélas!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Setembro


Dizem que o início do ano é a 1 de Janeiro; isto é disparate, se meditarem no assunto fica evidente que o início do ano é o fim de Setembro.

É em Setembro que todas as pessoas estão de volta das férias, supostamente com as baterias carregadas para mais um ano de esforço.

É em Setembro que as empresas voltam ao normal, depois de passarem meses a praguejar pelo meio gás, fruto da ausência de fornecedores, empregados e/ou clientes.

É em Setembro que as aulas iniciam o esforço insano de transformar jovens animais ignaros em pessoas educadas (será coincidência? Também é em Setembro que se plantam os nabos).

Ora batatas, é em Setembro que recomeça a labuta e eu ainda tão cansada! É certo que tenho mais 4 dias de férias mas acho que o descanso de que necessito não cabe. E não sei como, este sentimento obscurece um pouco o maravilhoso sol da meia praia...

Arre! O Homem é um animal mesmo estúpido. Ou pelo menos, assim é a personificação da besta neste momento, aqui a aventesma ao dispor.

Hélas!

domingo, 20 de setembro de 2009

Relatório


Voltei e volto a partir amanhã - passei por aqui só para dizer olá e fazer o relatório da semana:

Gibraltar: tanto as estalagmites como os macacos olharam para nós com igual e soberana indiferença.

Casablanca: melhor dizendo, Rabat, para onde fomos assim que pusémos os pés em terra firme: giro. A tumba do Mohammed tem que se lhe diga.

Agadir: gamaram-me a cigarreira no mercado; senti o empurrão mas não a tempo de determinar quem fora o ladrão; já nem o Ramadão é o que era, eu tinha estimação naquela cigarreira...

Lanzarote: fiquei apaixonada. Com a antipatia que tenho ao Saramago, como é possível aprovar tão entusiaticamente a sua escolha?!? Quando for grande, também eu irei viver para uma ilha vulcânica.

Amanhã: Legues. Espero que esteja mais sol do que o que vi esta semana! Adoro viajar mas o sol faz-me falta. Principalmente com uma piscina perto, já meditaram no desperdício enoooooooorme que é uma piscina sem sol?!? Nem sei o que é pior, se piscina sem sol ou sol sem piscina; mas o segundo, pelo menos, bronzeia.

Hélas

sábado, 12 de setembro de 2009

Vacanças


Caríssimos, estou de alforria.

Durante uma semana inteirinha, não haverá telefone, telelé ou Internet. Estarei com quem estou e sem saber de mais ninguém. Será um descanso (olhos que não vêem, coração que não sente...).

Todos aqueles capazes de me tirar o sono por preocupação irracional ou estão comigo ou têm o apoio necessário para sobreviver uma semana sem eu saber deles (há um que enfim... Mas é maior, sensato, racional e saudável, tem amigos verdadeiros... Não há de ser nada, é só uma semanita).
Gosto de muitos outros mas não me tiram o sono sem razões concretas que, neste momento, não existem.

É fantástico, tenho de acender uma velinha a S. Teotónio, que nem toda a gente tem esta graça.

Hélas!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Incompreensão e tradutores (brokers, em inglesismo)


Questionaram-me e eu, completamente offside, a princípio nem percebia a questão.

Se eu gosto do Sonny, d' "O Padrinho"? Ora batatas, é uma personagem, não é uma pessoa; pode-se gostar de um personagem??? Simpatiza-se com este ou aquele traço, abomina-se outro, questiona-se a coerência de mais uns quantos, mas gostar? Gosta-se de pessoas, cães, gatos, peixes e outras existências reais, não se gosta da mulher do quadro (embora se possa gostar do quadro), parece-me. Como diacho se gosta de algo que não existe, que apenas personaliza uma realidade?!? Pode-se gostar da realidade, mas gostar do símbolo que a representa? Continuo a achar que a pergunta não faz sentido.

Bom, depois de perceber o que queriam que eu respondesse, nem tentei a resposta real. Apenas reafirmei que Sonny, como já tinha dito antes, nalguns aspectos personifica a felicidade de quem dá o seu melhor - que não chega - e morre antes de se aperceber que, faça o que fizer, não faz o que é necessário. De certa maneira morre feliz, com o sentimento de que fez o que se podia fazer e sem a mínima idéia de que o que ele pode fazer não encaixa com o que é necessário fazer - por estas e outras é que eu adoro "O Padrinho", as suas entrelinhas são do melhor.

Eu cá sempre disse: "Felizes os pobres de espírito que nem se apercebem de quão longe estão de responder à necessidade". Agora acrescento: "Pobres daqueles que, dando o seu melhor, se apercebem que não chega e que só alguém com outras mestrias poderá realmente prover à necessidade existente". Isto, claro, na suposição de que o que importa é prover a uma necessidade existente. Nesta suposição, a maioria das pessoas corta-se e não arrisca. Para elas, é mais importante não falhar (por isso, se for demasiado arriscado não tentam, doa a quem doer), que prover à dita necessidade.

Ou seja, na realidade importam-se mais com o seu sucesso que com a necessidade existente.

Já estava embarcada na filosofia doméstica... Voltando atrás, caraças, até para comentários descuidados são precisos brokers (esta palavra é extraordinariamente bem escolhida, já repararam? Broker é aquele que rompe, neste caso a barreira do entendimento. Extraordinário.)

Hélas!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Padrinho


Zip, zap, zip, TUNGA!

Pronto, fui caçada. Apareceu o Padrinho no écran e pronto, já está. Aqui a totó já não tem safa, é mais fácil que caçar moscas com açúcar.

Sobem-me novamente as lágrimas aos olhos quando vejo o triste destino de Sonny: um gajo dá tudo o que tem e não é suficiente. Não é culpa dele, pois não se poderia esforçar mais; mas não chega. Simplesmente, não é suficiente.

Pobre Sonny, que não tem o necessário, feliz Sonny, que bateu as botas antes de perceber que não chegava, independentemente do esforço ou sacrifício.

Adoro "O Padrinho", prontes

Hélas!